quarta-feira, 5 de setembro de 2007

As roupas e as cores na Umbanda


Dentre os caracteres basilares de nossa Sagrada Umbanda, um dos elementos de grande significância e fundamento é o uso da vestimenta branca. Pode ocorrer, por exemplo, que uma Entidade, como uma Preta-Velha ou uma Baiana, solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos, visando que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando. Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, os Preto-Velhos cachimbos, etc.

Outra visão sobre as roupas e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.

No decorrer de toda a história da Humanidade, a cor branca aparece como um dos maiores símbolos de unidade e fraternidade já utilizados. Nas antigas ordens religiosas do continente asiático, encontramos a citada cor como representação de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. As ordens iniciáticas utilizavam insígnias de cor branca; os bramânes tinham como símbolo o Branco, que se exteriorizava em seus vestuário e estandartes. Os antigos druídas tinham na cor branca um de seus principais elos de ligações do material para o espiritual, do tangível para o intangível. Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados porque utilizavam a magia para fins positivos, e também porque suas vestes sacerdotais eram constituídas de túnicas e capuzes brancos. O próprio Cristo Jesus, ao tempo de sua missão terrena, utilizava túnicas de tecido branco nas peregrinações e pregações que fazia.

Isaac Newton, grande cientista do século XVII, dedicou-se ao estudo das cores e da luz. Em uma de suas experiências fez a luz comum (luz solar - branca) passar por um cristal em forma de prisma, conseguindo desdobrar a cor-matriz nas cores do arco-íris. Provou deste modo que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores existentes. Newton realizou várias experiências para ratificar sua descoberta, onde podemos citar o famoso Disco de Newton. O cientista dispôs as cores alcançadas através de sua experiência num disco circular. Acionou a manivela, fazendo o disco girar sobre seu próprio eixo (rotação), momento em que as cores se fundiram, dando como resultado final a cor branca.

A cor branca tem sua razão de ser na Umbanda, pois na Umbanda, somos regidos por Sete Forças Cósmicas Inteligentes, os Orixás, sendo que Oxalá, Jesus Cristo, tem a cor branca como representação e rege as Seis Forças restantes. Assim como a cor branca contém dentro de si todas as demais cores, a Irradiação de Oxalá contém dentro de si, todas as irradiações dos outros Orixás.

Seguem as cores de cada Orixá:

Xangô – marrom, cinza e branco
Oxum – azul marinho
Ogum – vermelho e branco
Nanã – lilás ou branco
Oxossi – verde em todos os tons e branco
Yemanjá – azul claro ou branco
Iansã – amarelo ouro e branca
Omulu – preta e branca com as mesmas proporções
Yorimá – preto e branco, cinza, verde escuro, roxo, dourado envelhecido e violeta
Crianças – rosa claro e azul claro

A assistência deve sempre ir a um terreiro de roupas claras. Na Umbanda, o branco significa proximidade com a clareza, paz de espírito e abertura de seu corpo para as coisas boas, assim, se a pessoa quer receber uma graça, ela deve estar receptiva para que isso aconteça. Cada Orixá vibra em uma cor, como expliquei acima, mas indiscutivelmente o branco de Oxalá, é aceito por qualquer uma das linhas.

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