terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Manifestação Mediúnica

Um espírito de luz quando em sua manifestação física, além de pregar os mandamentos de Deus, faz reinar a harmonia, procurando deixar entre seus assistentes a paz interior. Faz a lapidação mediúnica e a lapidação interna através da razão pura e do que é o mais benéfico existente.

Não faz cobrança de nenhuma ordem, não deixa a desarmonia imperar e nem prega o ódio, não busca a briga e nem participa dela, sobretudo preserva os conhecimentos dos homens.

Tem a dignidade de um mestre e a cordialidade de um pai, que pode falhar não podendo mentir, que pode se irritar, mas não deixa de amar, que briga, mas na intenção de mostrar as falhas.

O espírito de luz tem a certeza que Deus é o Todo Onipresente e jamais vai contra Ele, pois Deus é o inventor de todas as coisas.

Não faz guerra política, psíquica ou espiritual.

E quanto mais deixar o apego a matéria, mais elevação terá a caminho da paz de Deus. Irá necessitando para isso do médium consciente, pois o médium que tem a consciência de suas ações mediúnicas e é leal, cúmplice e sincero, e não se deixa levar por conversas mesquinhas, essas que por sua vez, nada têm com a sua espiritualidade.

Espírito Erastros
Templo de S. Jorge – Minas Gerais

Interferência do Médium

Há médiuns que por fatores mínimos acabam não cumprindo a sua verdadeira missão do estado incorpóreo.

Já é com tamanha dificuldade que o espírito faz a ligação direta com o médium que já tem certa aceitação e zelo para com a sua espiritualidade, que com o médium, que tem medo, vergonha, timidez, orgulho e outros, torna-se mais difícil a aproximação dos espíritos.

Vou relatar agora o que aconteceu em uma sessão em que eu estava presente.

Iniciava-se a sessão. Marta estava feliz na Corrente, pois afinal conseguia trazer aos trabalhos da casa seu noivo, que muito fez para que ela não cumprisse a sua missão, pois ele, descrente por total, não aceitava reuniões espíritas. Ao mesmo tempo, com vergonha, pois sentia ela no seu estado incorpóreo, fluídos muito fortes, seu corpo tremia descontroladamente, ficava a girar. Eu me aproximava e tomava seu corpo.

Naquela sessão já tinha eu marcado trabalhos importantes, e me foi permitido uma palestra em que eu ia elucidar reações físicas e efeitos espirituais. Mas ela não me possibilitou. Eu via o seu centro cerebral contraído, sua área muscular tensa, e sua ligação psíquica, que naquele momento teria que ser completa para comigo, estava totalmente retraída. E eu, na minha precisão, tentava intuitivamente fazer com ela o relaxamento interno, com muito zelo e total esforço. Mas, os seus pensamentos não correspondiam com os trabalhos que seriam naquele momento executados.

E assim foi ela tomada por um espírito obsedado, pois para este grupo de espíritos é necessário, para incorporá-los, as reações exatamente como ela se encontrava.

Fecharam a cortina que dividia os irmãos de Fé e os irmãos de Santo. Acabou não existindo a verdadeira sessão proposta pelo astral superior, pois o obsessor só a deixou no final dos trabalhos. E seu noivo foi embora assustado, sem nada entender e eu acabei não cumprindo o meu real dever. E Marta não percebeu que se deixasse aflorar em seu físico a minha existência, teria eu dado a palestra que seria inclusive aceita por ele, que me ouvindo, além de ser seu noivo, acabaria por ser o seu mais próximo irmão do Santo.

Espírito Cigano Maira
Casa Socorrista do Divino Mestre – Lavras – MG

Filhos de Santo



Não basta ser médium, e sim educar-se no caminho da mediunidade. Não basta ser bom, mas pregar a palavra bondade.

Não precisa dizer o que faz, mas, sobretudo, corrigir como faz aquilo que deixa de fazer.

Mostrar o que tem de bom? Para que? Pois o importante mesmo é se conhecer, e nesse conhecimento total e profundo, ter a certeza de que se é bom, ou então, se assim não for, sentir a vontade imensa de ser.

Valorizar o espírito? Depende, pois há espírito que não tem valor absoluto, a ponto de não precisar ser valorizado, principalmente por palavras sem valor.

Ter boas maneiras? Isto não é de todo importante, pois bons princípios já é o suficiente.

Ser de uma comunidade? Besteira, pois o interessante mesmo é ser a própria comunidade e fazer alguém pertencer a ela.

Ser Filho no Santo? Somente não dá. Bom mesmo é ter o Santo, entregar seu sorriso e segurar seu pranto, pois o seu Santo é um tanto. Afinal ele é o tamanho da paz.

Pedir a benção? Isso não é bom. Bom mesmo é querer sempre ser abençoado, a ponto de não precisar lembrar a Deus que te abençoe.

Se vestir de branco? É inútil, pois é somente uma cor. Bom mesmo é fazer da sua alma a cor da paz e não viver com e nem como obsessor.

Mostrar que tem força? Não precisa. Necessário mesmo é fortificar-se para fortalecer a quem se enfraqueceu.

Saiba que incorporar somente para se sentir útil é inútil. E se depender de mim, tudo farei para lapidar o homem que Deus fez a sua imagem.

Mensagem do Espírito Kangô – 1982
São Paulo – SP

A Fé


A mensagem é livre, mas o pensamento não. Isto no estado incorpóreo, pois o ser humano, no seu dia a dia, acaba fazendo o contrário, às vezes pensando para falar, e isto no momento da incorporação, não ocorre mesmo aos mais conscientes.

Agora, não seria normal se o médium desligasse sua parte central do cérebro, deixando o seu coração inerte, no estado da incorporação: se assim fosse, não seria uma missão dupla realizada, ou seja, o médium emprestando o seu potencial físico e o espírito aproveitando o mesmo.

Há muitos médiuns, principalmente os conscientes e intuitivos, que na sua insegurança de prática, acaba quebrando o verdadeiro valor da espiritualidade, pois a missão desses, nada mais é do que ser o auxílio prático do espírito. Ser, além disso, ensino e aprendizado, tendo por obrigação de levar aos irmãos que tanto precisam de boas mensagens, a paz na palavra, que não precisa ser só no estado incorpóreo. Se assim faz, ele já não cumpre a sua missão de passar mensagem e energia do bem estar físico e a energia de compreender a mensagem dada pelo espírito do bom astral.

Ainda não compreendo os médiuns que na sua pequenez sabedoria e até mesmo na ignorância da espiritualidade, acham e muitas vezes têm certeza, que seus guias precisam adivinhar a vida de seus irmãos da terra. Não é isso, senhores médiuns. Saibam que o verdadeiro espírito não sente essa necessidade, e sim a necessidade de sentir e não de adivinhar, pois é no sentir que o espírito tenta preencher o vazio físico e o da alma, e não adivinhar somente para confirmar ao irmão e, principalmente, ao médium mesmo, que o espiritismo é força e energia.

Se sentirmos o outro, passamos a conhecê-lo, e nesse conhecer, o bom espírito acaba praticando a caridade.


Senhores médiuns, a maior missão do astral, e esta compete somente a nós, é praticar a caridade da convicção da fé. Esta acaba se findando através de abusos dos médiuns, de espíritos enganosos, que acabam aproveitando do irmão, deixando este na descrença e na melancolia.

Precisamos, portanto, que os médiuns tenham convicção de fé, pois através dela, o médium terá segurança. A fé, senhores médiuns, bate nos conscientes do mediunato* através da verdadeira incorporação, percebendo o valor dos mentores, com os quais os senhores convivem.

* mediunato - do latim medium + actu, nome criado pelos Espíritos, para significar a missão providencial dos médiuns, a ação mediúnica que eles desenvolvem durante a reencarnação.

Espírito Exu Rei das Almas
Templo de São Jorge - MG