sexta-feira, 21 de setembro de 2007

OS ARQUÉTIPOS DA UMBANDA

Segundo os filósofos arquétipos são idéias como modelos de todas as coisas existentes ou idéias presentes na mente de Deus. Segundo a psicologia são formas imateriais às quais os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. Carl Jung usou o termo para se referir aos modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique.

Eles são as tendências estruturais invisíveis dos símbolos. Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da situação consciente. Jung deduz que se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram isolados uns dos outros, embora possam se interpenetrar e se misturar.

Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Alguns exemplos de arquétipos são: os Preto-Velhos, os Caboclos, os Baianos, as Crianças, os Marinheiros, os Ciganos, os Boiadeiros, os Exús e as Pombo-Giras.

Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem no Centro e não espíritos que, necessariamente, tenham sido escravos, índios ou ciganos, embora existam aqueles que realmente o foram. Os Preto-Velhos, por exemplo, pertencem a uma linha que nasceu como forma de organização de todo um contingente de espíritos que iriam atuar dentro do movimento umbandista que surgia.

As primeiras linhas fundamentadas na Umbanda foram a de caboclo e a dos Preto–Velhos. Utilizou–se uma figura mítica já presente dentro da cultura brasileira e criou–se toda uma linha de trabalho, onde todos os seus representantes teriam trejeitos e características similares.

A linha dos Preto–Velhos é transmissora da calma, da sapiência, da humildade, detentora do conhecimento sobre os Orixás e que fala ao simples de coração, bem como ao mais erudito doutor, sempre com palavras de amor e espalhando luzes dentro da espiritualidade terrena. Esta foi uma forma de identificar e aproximar a população ao culto nascente.

Temos o arquétipo detrás de cada uma das linhas. Os Preto-Velhos estão fundamentados no arquétipo do sábio ou do ancião que com as experiências vividas alcançou a sabedoria. Em cima desse arquétipo, muitos mitos foram criados dentro da cultura universal, onde a figura do ancião sempre foi utilizada como símbolo para a sapiência. Um dos mitos brasileiros para esse arquétipo é a figura do Preto-Velho, que sofreu, tinha poucas condições, mas tudo isso superou, com fé, amor, determinação. Na verdade, dentro da figura simbólica do Preto-Velho vemos um ideal de luta e superação das pessoas, em volta de muita fé e muito amor.

O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas - tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

Iemanjá e Oxum dividem a maternidade. Mas há também outra forma de análise, a por faixas etárias, correspondentes a cada arquétipo básico. Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.

Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo, que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão mítico iorubano.

Divindade masculina, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos.

Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano.

Embora surgida no Brasil em 1908, com a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas pelo médium Zélio de Moraes, a Umbanda é mais antiga nos planos rarefeitos que o próprio planeta Terra. A maioria das chamadas linhas de Umbanda são muito mais antigas que a própria Umbanda, tendo em sua militância espíritos das mais diversas etnias ou culturas. Os guias da Umbanda são universais, atuando de forma discreta e desprovida de ego em muitas religiões e tradições espirituais, ocultados por roupagens energéticas que simbolizam a egrégora, o arquétipo e a vibração que dá sustentação ao trabalho por eles realizado.

O termo egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. A egrégora acumula a energia de várias freqüências, portanto, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que ela incorpore às dos demais. É a somatória de energias mentais, criadas por grupos ou agrupamentos, que se concentram em virtude da força vibratória gerada ser harmônica, ou seja, com todos reunidos para o mesmo objetivo.

O fator primordial na reunião dessas consciências espirituais é a sintonia com o arquétipo que existe por detrás de cada linha, que também pode ser identificado como um Orixá, uma vibração, um sentido, um elemento, um santo etc. Compreendendo os arquétipos, conseguimos entender algo não explicado de forma aberta dentro da Umbanda, mas principalmente, esclarecer o conteúdo umbandista para pessoas não familiarizadas com o universo mítico afro-brasileiro, desmistificando assim, nossa maravilhosa e querida Umbanda.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Influenciações Sutis


Tudo se irradia na Natureza, produzindo vibrações específicas que se identificam umas com as outras, estabelecendo vínculos que se transformam em harmonia do conjunto.

No que tange ao ser humano, esse processo é mais expressivo em razão das ondas de simpatia ou de antipatia que decorrem da presença ou ausência de afinidade entre os mesmos.

Há, no entanto, uma influenciação sutil, que passa despercebida e merece consideração.

Referimo-nos à identificação de idéias e propósitos, que certos indivíduos recebem noutros, passando a receber-lhes o magnetismo e deixando-se impregnar.

Quando essa força se exterioriza de pessoa boa, nobre e generosa, produz salutar efeito sobre aquele que se deixa arrastar, assimilando-lhe as vibrações e os exemplos edificantes de que passam a dar mostras após o convívio estabelecido.

Quando, porém, se trata de criatura enferma do caráter, portadora de imperfeições morais danosas, a sua subjugação se transforma em efeito nefasto para quem lhe padece a injunção.

Sentindo-se atraído pela influenciação daquele com quem convive, cabe a cada um desidentificar-se desse arrastamento e sintonizar com Jesus, que é o único modelo para a humanidade terrestre.

Assimilar as boas impressões é muito importante, mantendo, porém, a própria individualidade, desde que, cada Espírito possui específico patrimônio e tem por meta, em razão dos seus atos passados, a renovação interior e a auto-recuperação conforme as forças de que disponha.

O tarefeiro possui compromisso pessoal intransferível com a realização que deve operar. Os estímulos que recebe constituem-lhe valiosa contribuição que o não deve afastar do dever sob fascínio diferente.

Outrossim, deixando-se conduzir pelas interferências negativas, quando é portador de discernimento e razão, torna-se-lhe o fato um gravame perturbador.

Nesse panorama, todavia, ocorre uma influenciação que merece ser examinada com cuidado.

Quando se exterioriza de uma pessoa saudável, os Bons Espíritos a utilizam discretamente, a fim de auxiliar os seus pupilos e aprendizes, influenciando-lhes ânimo e orientações com que os auxiliam ao fortalecimento e à coragem para a luta de crescimento interior e de auto-iluminação.
Velando por eles, quando não os conseguem alcançar diretamente, os induzem às boas companhias, aos convívios edificantes.

Por outro lado, aqueles que se afinam com os maus, igualmente passam a receber influenciações perturbadoras dos Espíritos perversos, que se comprazem em perseguir e infelicitar por prazer, por inveja ou por desforço injustificado.

Iniciam-se, nesse caso, obsessões de uns encarnados por outros, por sua vez vítimas também de sutis interferências espirituais perniciosas.

Conforme a condição moral e mental de cada indivíduo, a sintonia é feita na mesma faixa vibratória.

Eis porque a todos cumpre manter-se em atitude vigilante para bem discernir e em freqüência de oração, de modo a elevar-se vibratoriamente, ascendendo em aspirações e idéias, portanto, em campos vibratórios de influenciações felizes.

Simão Pedro, interrogado por Jesus, a respeito da Sua procedência, respondeu emocionado, em sintonia com o psiquismo superior, que Ele era o Messias aguardado.

Logo depois, porque o Benfeitor Celeste informasse que deveria descer a Jerusalém para sofrer e dar o testemunho, ficou atemorizado, e disse, intempestivo:

- Nós não o deixaremos...Advertindo-o, e aos demais companheiros, o Mestre exprobou-lhe a conduta:

- Afasta-te de mim, satanás, e não tentes o teu Senhor, referindo-se, naturalmente, ao Espírito insensato e leviano que tomara o pescador invigilante.Procura, desse modo, também tu, identificar a onda de influenciação que te envolve e descobrir-lhe a procedência, a fim de elegeres aquela que te beneficie, sem que interfira ou perturbe a tua individualidade ou a tua tarefa.

Joanna de Ângelis


Esta mensagem encerra uma lição muito importante para os que trabalham dentro do Espiritismo, seja em qual linha for - O poder das influências espirituais - positivas ou negativas, cabendo a nós, trabalhadores em nome de Jesus, utilizarmos nosso livre arbítrio em nosso benefício, nos conectando com o que melhor nos convier.

Esta é mais uma mensagem que nos alerta sobre a nossa responsabilidade, enquanto médiuns, de nos influenciarmos por Espíritos de Luz ou pelos espíritos zombeteiros, cientes de que sempre responderemos por nossos atos, pela Lei de Ação e Reação. Cabe-nos, cada vez mais, nos conscientizarmos disso, pois nossas escolhas de hoje, refletirão em nosso futuro.

Jesus disse: Orai e Vigiai. Estabeleçamos sempre contato com as influências do bem e da luz, para que possamos sempre evoluirmos em direção ao Pai Maior, evitando a interferência das trevas, caminhando sempre dentro da caridade, que é nosso objetivo maior - Amara ao próximo como a ti mesmo!

Fiquem na paz de Jesus!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A Influência Moral do Médium

A mediunidade tem como ligação pontos extremos, como amor, simplicidade, aceitação, benevolência e, sobretudo, com a razão e a sensatez.

Para que o médium possa atrair bons espíritos é necessário que o mesmo consiga livra-se do ódio, inveja, orgulho, egoísmo, ciúme e outros. Numa corrente espiritual é necessário livra-se da sensualidade, pois o amor uno poderá acontecer somente a nível espiritual.

Na incorporação o médium busca através do ponto de afinidade e aceitação, espíritos com os quais combina, até o próprio choque incorpóreo, portanto, a aproximação de espíritos difere de um médium para outro.

É de grande valia a moral do médium, pois os seus bons costumes, dado o próprio astral, ajudam na moralização de espíritos inferiores.

Os pensamentos em intensa sintonia com Deus faz o próprio médium realizar caridade, não sendo necessário, portanto, a incorporação direta.

Esses pensamentos ajudam o médium a afastar-se de espíritos inferiores, os quais exercem grande influência, fazendo com que o médium deixe de exercer o que realmente pede o dom mediúnico.

Os espíritos inferiores provocam no médium, desânimo, medo de incorporar-se, indisposição, descrença e outros. Faz com que o médium se afaste de bons locais direcionados à caridade.

Mediunidade e bons costumes são como o fruto e a semente, onde há semente de pêssego, com certeza existiu o fruto. Bons frutos vêm de boas sementes.

Joana D`Arc

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A Função do Cambono


É o médium que participa nas giras de assistências como auxiliar dos Guias em terra, podendo ser designado na hora dos trabalhos, pelo Primeiro Cambono, pelo Babalorixá ou pela Iabá.

Ele não incorpora seus mentores, durante o atendimento da Assistência. Não pode comentar, nem contar a outras pessoas o diálogo do Guia com os Assistidos.

Ele tem como responsabilidade cuidar dos apetrechos do Guia, buscando garantir a organização dos objetos e a conservação e limpeza do ambiente (uso de cinzeiros, copos, etc) bem como guardando nos lugares corretos os objetos emprestados pela Casa Espiritual (pemba, prancheta, etc). Outra responsabilidade sua é a anotação, bem legível, e correta das orientações do Guia, bem como do material que for solicitado.

Ele avisa ao Fiscal, que controla a entrada da assistência, quando o Guia estiver pronto para atender a Assistência. Deve permanecer no local que foi designado, auxiliando o Guia ou a corrente, sempre vibrando em harmonia para o sucesso dos trabalhos e cantando os Pontos solicitados e adequados para cada momento específico, de acordo com a necessidade. Comunica também ao Fiscal, quando houver necessidade da Assistência ser atendida por outro Guia da corrente.

Para uma boa organização das atividades do Centro, ele deve anotar os trabalhos deixados no Centro com o nome do médium e Guia, assim como a data de retirada dos mesmos.

É ele também que limpa os pontos riscados, sempre após obter a autorização do Guia, pedindo licença, e com muito respeito. Compete ao Cambono também, auxiliar a Entidade comunicante, caso o assistido encontre dificuldades de compreensão na mensagem transmitida.

Enfim, o Cambono é o grande ajudante anônimo do Centro. É ele quem tem todas as obrigações modestas do Centro e é um grande trabalhador anônimo. Lembrando que o Cambono, ainda não é um iniciado, ou seja, é simplesmente um ajudante, nem sempre tendo condições de responder a todas as dúvidas e necessidades da assistência, ele é um mero mensageiro, um interlocutor, que facilita o bom andamento dos trabalhos.

É importante a conscientização do Cambono em aproveitar todas as oportunidades de reflexão e crescimento, pois acompanhando diversos atendimentos, e sempre pensando naquilo que também lhe diz respeito, obterá muitas reflexões produtivas ao seu crescimento espiritual.

Ele deve estar sempre disponível e de bom humor, para receber as pessoas carinhosamente, que vão ao Centro em busca de caridade. Ele é o cratão de visitas, e deve buscar sempre exercer a caridade, com humildade. Sabendo aproveitar, o Cambono é uma das funções que oferece as maiores e melhores possibilidades de crescimento espiritual.

Hospital do Senhor


Fui ao hospital do Senhor fazer um “check-up” de rotina e constatei que estava muito doente.


Quando Jesus mediu minha pressão, verificou que estava baixa de ternura. Ao tirar minha temperatura, o termômetro registrou 40graus de egoísmo. Fiz um eletrocardiograma e foi diagnosticado que necessitava de uma ponte de amor, pois a minha veia estava bloqueada e não estava abastecendo meu coração vazio.


Passei pela ortopedia, pois estava com dificuldade de andar lado a lado com meu irmão e não conseguia abraçá-lo por ter fraturado o braço ao tropeçar na minha vaidade. Constatou-se miopia, pois não conseguia enxergar além das aparências.


Queixei-me de não poder ouvi-lo, Senhor e foi diagnosticado bloqueio auditivo em decorrência das palavras vazias do dia a dia. Obrigado, Senhor, por não ter me cobrado a consulta e pela Sua grande misericórdia.


Prometo, ao sair daqui, somente usar os remédios naturais que me indicou e que estão no receituário de Seu Evangelho. Vou tomar, diariamente ao levantar-me, chá de agradecimento.


Ao chegar ao trabalho, vou beber uma colher de sopa de Bom Dia e, de hora em hora, um comprimido de Paciência com um copo de Humildade.


Ao chegar em casa, Senhor, vou tomar diariamente uma injeção de Amor e ao me deitar, duas cápsula de Consciência Tranqüila.


Agindo assim tenho a certeza de que não ficarei mais doente e todos os dias serão de confraternização e solidariedade. Prometo prolongar esse tratamento preventivo por toda a minha vida para que, quando o Senhor me chamar, que seja por morte natural.

Obrigado, Senhor e perdoe-me por ter tomado o Seu tempo.

De seu eterno cliente...


Na verdade, nenhuma novidade foi escrita aqui. Todos sabemos o que precisamos fazer, apenas nos esquecemos, e deixamos nosso orgulho e nossa vaidade obscurecer muitas de nossas qualidades. Jesus está sempre disponível para nós, nós é que às vezes, nos esquecemos Dele!

domingo, 16 de setembro de 2007

A ESPIRITUALIDADE NA UMBANDA DO TERCEIRO MILÊNIO – Parte IV


O Centro é uma casa onde todos devem ter o mesmo objetivo – a caridade. Devemos aceitar e respeitar o outro, colaborando para que todos, a cada dia, aprendam mais sobre si e sobre a caridade. Dar um sorriso, ouvir ou dar um conselho independem da incorporação. Os Guias não são melhores que a gente, eles apenas estão em outro plano e em seu processo de evolução, ninguém é melhor do que ninguém. Com a união de todos em sintonia, na mesma vibração, permitimos que a assistência, receba ajuda em qualquer gira em que escolha participar.

O Babalorixá tem o papel de dirigir os trabalhos da Corrente, que é uma só, quanto mais unida, mais forte, portanto sua sintonia é vital para o sucesso dos trabalhos. Jesus disse que somos todos irmãos, e irmão é irmão em qualquer lugar, imaginem dentro de uma casa que prega a caridade ao próximo. Viver é estar em sintonia.

Na Umbanda do Terceiro Milênio vamos buscar a purificação e o afastamento de apetrechos e roupas especiais. Vamos buscar mais simplicidade.

Dividir o espaço, apenas com quem gostamos, é muito fácil e pouco. Para quem busca a Umbanda para crescer espiritualmente, a presença do outro deveria sempre ser uma festa. Para conhecer o outro é necessário abrir-lhe espaço. É muito importante deixar o outro ser ele mesmo, sem medos, sem exigir que corresponda ao que esperamos dele. Na Umbanda, nunca devemos precisar de agradecimentos para fazer a caridade.

A responsabilidade do trabalho espiritual é uma responsabilidade de todos que pertencem à corrente. É necessário ter bons pensamentos, alimentando boas vibrações, sempre disponível para ajudar a todos da corrente ou da assistência. É muito pouco nos colocarmos em vibrações somente durante os trabalhos dos Guias do Babalorixá, devemos vibrar em todo e qualquer trabalho de qualquer Entidade que veio para nos auxiliar ou auxiliar a um irmão nosso.

As mensagens das Entidades acontecem de diferentes formas, não importando muito a forma da incorporação. Devemos lembrar que para os Guias, também não é fácil se utilizar de nosso corpo, de nossa mente, levando em conta nossas particularidades. No entanto, o Guia pode fazer alterações corpóreas, o que importa é que sempre aprendemos com eles. Para tal, é necessário que o médium deixe fluir, não importando se o atendimento é realizado com ou sem consciência. Importante ressaltar, que as energias são utilizadas de acordo com a necessidade do assistido também.

Quando em estado corpóreo, o corpo do médium continua funcionando normalmente, ele não pára de trabalhar. O médium pode pensar, sentir e agir. Duvidar da incorporação faz o médium agir com animismo, isto quer dizer, com mistificação. O espírito de luz não precisa provar que está presente. Algumas pessoas só acreditam na manifestação se a mesma se dá fora de nossos padrões sociais, com gritos, saltos. Se esta for a crença do médium ele se coloca no nível energético do obsessor.

A exigência da incorporação, para praticar a caridade, desgasta tanto o médium, que tem fé, quanto aos Guias, além de atrasar o desenvolvimento espiritual do médium. O médium identifica a energia que sente no corpo, sente o choque espiritual e não deve esperar grandes alterações e/ou efeitos.

Há afinidade entre o médium e os seus mentores, ocasionando transmutações físicas e sanguíneas na incorporação. Quando um médium consciente, em estado incorpóreo, presta atendimento à assistência, ele deve colaborar no trabalho do Guia, seja no que for, sendo que o Guia atuará para o mesmo esqueça parte da ajuda prestada. Assim, o médium não conseguirá lembrar tudo o que viu ou ouviu.

Nem sempre a mensagem precisa ser passada pelo Guia, muitas vezes, o médium pode passar a mensagem, oportunizando seu próprio espírito à prática da caridade, em colaboração com o Astral. O médium não deve intimidar-se em deixar de dar uma mensagem, que sente que poderá ajudar ao outro. Nas giras, o médium deve ter o propósito e a disposição de entregar seu corpo ao Guia, e a alma a Deus.

A fé sem obras está morta. Então busque sempre fazer a caridade ao seu redor, para todos aqueles que cruzarem o seu caminho. Deixo aqui um pensamento de São Tomás de Aquino, italiano, que foi teólogo e frade, sendo proclamado santo pela Igreja Católica, demonstrando que para a espiritualidade não há divisão entre as crenças, nós humanos é que nos dividimos muitas vezes por orgulho. Segue:


“Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade.”