terça-feira, 10 de julho de 2007

SITUAÇÕES OBSESSIVAS


As obsessões, de um modo geral, não apresentam gravidade. São fáceis de serem tratadas pela metodologia espírita. Só em um pequeno número de casos há fatores que facilitam a degeneração do processo, culminando na fascinação ou subjugação.

Em quase todos os processos obsessivos existem duas partes envolvidas. Só na auto-obsessão, o indivíduo atormenta-se a si mesmo. Assim, podemos ter os seguintes casos de situação obsessiva:

a) De desencarnado para encarnado. A mais conhecida.b) De encarnado para desencarnado. Não aceitamos a perda, choramos e clamamos aqueles que não podem nos ajudar.c) De desencarnado para desencarnado. Falanges de escravos, dominam pelo medo e poucos conhecimentos (desconhecimento do Plano Maior).d) De encarnado para encarnado. Pensamento. Inveja. Energia negativa.e) Obsessão recíproca. Ódio e vingança – ficamos na mesma sintonia. f) Auto-obsessão.Anímico. Disciplina para mudar.

Como é vista a "caçada" aos obsessores conscientes do mal que provocam em suas vítimas?

Todo obsessor, é um vampiro, e toda noite e durante o dia inteiro estão em nossas casas, locais de trabalho, tempos, igrejas e institutos, tentando sugar todos que puderem. Todo assédio é um auto-assédio, pois por nossos assédios somente nós somos responsáveis, pois o assediador se vale de nossos defeitos e pontos fracos e eles sabem bem quais são, eles nos estudam e são patrocinados por assediadores maiores, que promovem cursos negros no astral a fim de ensinar a assediar e a vampirizar e a acessar a ficha kármica que não passa de leitura energética da vítima ou psicometria.

Como tudo está previsto na lei de causa e efeito ou karma, eles tem livre acesso na crosta do planeta, pois é aí que habitam mesmo, embora sejam absolutamente todos monitorados pelos mestres e amparadores maiores que a tudo coordenam. Se você deixar, eles te destroem literalmente e se puderem ainda te desencarnam, algo muito raro, mas não impossível de acontecer (eles podem assediar um motorista em trânsito e causar um acidente fatal), mas se acontecer
suas tendências kármicas permitiram.

Vou começar minha palestra falando de saúde, e vou pegar como referência o Meigo e Doce Rabi da Galiléia – Nosso Mestre Jesus! Ele nos deixou poucas palavras que encerram toda a sabedoria do mundo.

Primeiro Ele nos deixou um único mandamento que compreende todos os 10 mandamentos de Moisés e mais algum... “Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo!”

Simples e dificílimo de ser cumprido, pois neste planeta, desconhecemos a palavra amor em seu sentido mais profundo. Só poderemos amar ao próximo, quando nos amarmos. A gente só dá do que temos, como vamos dar amor se não nos amamos? Chocante não? Mas o que falta em nossa geração é justamente as pessoas se amarem... Falamos mal dos outros exatamente nos pontos que nos incomodamos de não termos igual, ou seja, o que gostaríamos de ter, é pura inveja, critico no outro porque não posso ser ou ter igual...

Quando a gente aprender a se amar, vamos só ver coisas boas nos outros. Esse mandamento encerra a solução de tudo, pois enquanto nos preocuparmos com a gente, não teremos tempo para falar mal dos outros, pois muito há para ser feito para nossa evolução espiritual.

Para começar a nos amar, temos que cuidar do que nos pertence, ou seja, do corpo e da alma. Do corpo todos sabem como: higiene pessoal, boa alimentação, repouso, vamos ao médico quando algo não funciona bem e procuramos o hospital quando é mais grave. Mas da alma, que é igual, normalmente nos esquecemos... ela também precisa de higiene e alimento, só que diferente...

Tudo é energia, inclusive nós. Somos exatamente como um rádio. Quando queremos ouvir uma música, sintonizamos exatamente no número da estação que desejamos, nem mais, nem menos, para a música ficar perfeita e não ouvirmos chiado, e procuramos a 89 quando queremos rock ou a alfa quando queremos música mais tranqüila e antiga e outra para as notícias.

Assim somos nós, de acordo com nossos sentimentos, pensamentos e ações, que nos sintonizamos com o Plano Maior ou com o plano inferior.

O segundo conselho que Jesus nos deixou foi “Orai e Vigiai!” Simples também, não? Tudo vindo de Jesus é só simplicidade, quem complica somos nós...

A oração é o alimento da alma, ela nos conecta com nossos amigos espirituais e o vigiai está diretamente ligado ao controle da sintonia de nossos pensamentos, palavras e ações. Quando nos conectamos com o plano inferior, nos sintonizamos com os obsessores, que estão alertas para perceberem qualquer brecha nossa. É quando nos adoecemos na alma, pois a obsessão é uma doença da alma.

Segundo Alan Kardec, obsessão é um espírito mau que se apodera do encarnado, porém mau não significa ruim e sim sofredor, humilhado, desonrado, magoado por nós mesmos em outras vidas.

Não cai uma folha da árvore sem a permissão do Pai, portanto o obsessor só se apodera da gente, se temos dívidas para com ele, e se não oramos e vigiamos, praticando a caridade e a lei do amor, esse é o nosso escudo, além de nos protegermos, com nossa reforma íntima, doutrinamos o obsessor, que pode também buscar seu crescimento espiritual, tornando-se um amigo nosso e não mais um inimigo.

Só conseguiremos isso através do perdão e da reforma íntima, buscando diminuir nossos defeitos e vícios e aumentando nossas qualidades.

O principal defeito a ser combatido é o orgulho, mais vale poucas qualidades na humildade, do que muitas qualidades no orgulho. A guerra é fruto do orgulho.

Quando a alma adoece precisamos procurar um hospital, que nada mais são do que as casas de luz, que trabalham em nome de Jesus, como essa, por exemplo. Procuramos ajuda e obtemos, porém, assim que saímos dela, somos responsáveis pelo que sintonizamos, se não orarmos e vigiarmos, não vai adiantar o tratamento, igual ao corpo, quando o médico indica o remédio e não tomamos, a cura não se realiza.

O que eu gostaria de deixar do tema obsessão para vocês era isso, em resumo, a obsessão é uma doença da alma da qual somos inteiramente responsáveis e com a solução em nossas mãos, nos bastando buscar a reforma íntima, lembrando que é uma porta estreita, mas confiável, e se nós, tão imperfeitos temos paciência e amor com nossos filhos, que dirá Nosso Pai Misericordioso que é só Bondade e Amor, quem pode mais do que Deus? Ele está do nosso lado e torce o tempo todo por nós, vamos então fazer o pouco que ele nos pediu:

“Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo.”
“Orai e Vigiai!”
“Praticar a caridade e o amor, através do perdão, começando a perdoar a nós mesmos e buscar a reforma íntima.”

CAUSAS DA OBSESSÃO


"Reconcilia-te, sem demora, com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o último ceitil" - (Mateus, cap. 5, 25, 26).
Basicamente, a obsessão tem quatro causas: as morais, as relativas ao passado, as contaminações e as anímicas:

a) As causas morais

As obsessões de causas morais são aquelas provocadas pela má conduta do indivíduo na vida cotidiana. Ao andarmos de mal com a vida e com as pessoas, estaremos sintonizando nossos pensamentos com os Espíritos inferiores e atraindo-os para perto de nós. Desse intercâmbio de influências poderá nascer uma obsessão.

Vícios mundanos, como o cigarro, a bebida em excesso, o cultivo do orgulho, do egoísmo, da maledicência, da violência, da avareza, da sensualidade doentia e da luxúria poderão ligar-nos a entidades espirituais infelizes que, mesmo desencarnadas, não se desapegaram dos prazeres materiais.

Precisamos combater os vícios e defeitos.
Reforma Íntima.

b) As causas relativas ao passado

As obsessões relativas ao passado são aquelas provenientes do processo de evolução a que todos os Espíritos estão sujeitos.

Nas suas experiências reencarnatórias, por ignorância ou livre arbítrio, uma entidade pode cometer faltas graves em prejuízo do próximo. Se a desavença entre eles gerar ódio, o desentendimento poderá perdurar por encarnações a fio, despontando nos desafetos, brigas, desejos de vingança e perseguição. Casos assim podem dar origem a processos obsessivos tenazes.

Desencarnados, o malfeitor e/ou vítima continuam a se alimentarem dos sentimentos de rancor de um para com o outro. Se um encarna, o outro pode persegui-lo, atormentando-o e vice-versa.
Perdão – Dar exemplo de vida para atrair espíritos de luz e doutrinar o obsessor.
Casa de luz – Freqüentar um lugar que trabalha em nome de Jesus.
Leitura saudável
Bons pensamentos
Boas ações
Amor
Caridade

c) As contaminações

As contaminações obsessivas geralmente acontecem quando uma pessoa freqüenta ou simplesmente passa por ambientes onde predomina a influência de Espíritos inferiores. Seitas estranhas, onde o ritualismo e o misticismo se fazem presentes; terreiros primitivos, onde se pratica a baixa magia; benzedeiras e mesmo centros espíritas mal orientados são focos onde podem aparecer contaminações obsessivas. Espíritos atrasados, ligados ao lugar onde a pessoa freqüentou ou visitou, envolvem-se na sua vida mental, prejudicando-a. Ocorrem também situações, em que as irradiações magnéticas vindas desses ambientes, causam transtornos fluídicos. A gravidade dos casos estará na razão direta da sintonia que os Espíritos inferiores estabelecerem com os pacientes.

Escolher bem os lugares que freqüentamos, mas não há nada que uma boa ação e bons pensamentos não nos protejam, mais a oração.

d) Causa anímica ou auto-obsessão

As obsessões anímicas são causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia, pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional. Muitas tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas às vidas passadas do enfermo. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicáveis podem fazer parte de processos auto-obsessivos.

O auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos doentios que, sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam sua doença espiritual.

A fluidoterapia, largamente usada nas casas espíritas, pode ser utilizada como auxiliar no tratamento das auto-obsessões. A melhor terapia, no entanto, é a reeducação através da conscientização dos seus males e conseqüente mudança de postura.

Esclarecimento. Estudo. Reforma Íntima.

CARACTERÍSTICAS DA OBSESSÃO


A obsessão apresenta características que pode situá-la no grau de gravidade que lhe é própria. Há três graus de gravidade: Obsessão Simples, Fascinação e Subjugação.

a) Obsessão Simples

É um tipo de influência que, de forma sutil, constrange a pessoa a praticar atos ou ter pensamentos diferentes do que geralmente possui. O obsedado, às vezes, nem percebe o que lhe está ocorrendo. Em outras, têm consciência da influência daninha, mas não consegue se livrar dela. Este tipo de obsessão é muito comum e pode agravar-se, dependendo da natureza do Espírito atrasado envolvido e das disposições morais do paciente.

É um hábito – vou estranhar se não costumo agir assim, mas não vou notar, se é meu comportamento normal.

b) Fascinação

Allan Kardec disse, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que a fascinação é o pior tipo de obsessão. Trata-se de uma ilusão provocada por um Espírito hipócrita que domina a mente do paciente, distorcendo seu senso de realidade. O Espírito obsessor planeja muito bem seu intento destrutivo e busca envolver o indivíduo em artimanhas mentais bem preparadas.

Mais vale poucas qualidades na humildade, do que muitas qualidades no orgulho (muitos se perderam assim...). Devemos combater nossos defeitos, o pior é o orgulho.

As portas de entrada para a fascinação, como sempre, são as falhas morais. É no orgulho de sua vítima que o Espírito hipócrita encontra o alimento para fascinar-lhe a personalidade.
Para conseguir seu domínio, a entidade maldosa exalta a vaidade do obsedado, fazendo-o sentir-se infalível e autoconfiante. A ilusão é tamanha que o fascinado adquire uma grandiosa cegueira, o que não lhe permite perceber o ridículo de certas ações que pratica.

c) Subjugação

A subjugação pode ser moral ou corpórea. No caso moral, o Espírito obsessor adquire forte domínio sobre o psiquismo do indivíduo, levando-o a tomar decisões contrárias ao seu desejo. Na fascinação há uma ilusão. Na subjugação, o paciente tem consciência do que lhe acontece.
Na subjugação corpórea, além de exercer o domínio psíquico, o obsessor atinge a parte fluídica perispiritual do doente. Domina seu corpo físico e, às vezes, numa crise semelhante à epilepsia, atira-o ao chão. Como o obsedado fica quase sempre sem as energias necessárias para dominar ou repelir o mau Espírito, carece da intervenção de uma terceira pessoa com ascendência moral sobre ele, para auxiliá-lo a sair da difícil situação.

Segundo Allan Kardec, o Espírito infeliz estará atuando sobre o encarnado em dois níveis:

1- Mente a mente: constrição mental

O obsessor instala a sua onda mental na mente da pessoa visada. Forma-se uma ponte magnética, através da qual, o perseguidor vai enviando os seus pensamentos e suas idéias, promo­vendo uma verdadeira hipnose:
"Você é infeliz..."
"Sua vida não presta..."
"Mate-se..."
A princípio o indivíduo pode reagir fugindo da faixa de atuação do obsessor. No entanto, se ele se entrega àquelas idéias ou se com­praz com este conúbio mental, o processo pode agravar-se, chegando ao grau máximo de obsessão, que é a subjugação moral, onde o obsediado perde completamente o seu livre-arbítrio.

2- Perispírito a perispírito: envolvimento fluídico

Ao envolver o indivíduo, o persegui­dor identifica os seus fluidos com os dele, há uma aproximação das au­ras, os perispíritos se assimilam. Este convívio perispiritual vai permitir ao Espírito sugar energias vitais do encarnado, o que vai contribuir para o emagrecimento, o cansaço e as infecções que acompa­nham com freqüência as vítimas da obsessão. O envolvimento fluídico vai permitir também que o Espírito transmita para o encarnado fluidos deletérios fabricados por ele.

A obsessão é responsabilidade também do obsediado. Temos que estar sempre alerta. Orai e Vigiai.

OBSESSÃO


Allan Kardec define obsessão como sendo a "ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo."

A qualificação de Espírito mau, apresentada por Kardec, deve ser bem entendida. O obsessor, na realidade, não é um Espírito mau, como se entende este adjetivo, mas sim, uma entidade em sofrimento, com defeitos e virtudes, capaz de grandes atitudes afetivas para com outras pessoas. É, sobretudo, alguém que foi ferido, magoado, humi­lhado, no passado e que por sofrer tanto, quer fazer os outros sofrerem também.

É um espírito sem conhecimento, precisando de amparo e orientação.

Nem sempre o obsessor tem consciência do mal que produz, nem sempre ele é mau. Ele também é vítima dos erros que praticou quando encarnado e pelo desconhecimento da vida fora da matéria. Sua ignorância o liga ao ambiente atmosférico da Terra.

A obsessão é uma doença de fundo moral.

Pensamentos e vibrações inferiores estabelecem contato imediato entre quem os emite e os espíritos obsessores.

O astral inferior está religado, por estreita afinidade com as pessoas que vibram na mesma sintonia.

Alguns adeptos do Espiritismo costumam dizer que todas as pessoas são obsediadas, mas isso não é verdade. Todos nós recebemos influências espirituais boas e ruins que, de acordo com nosso livre arbítrio, podem nos encaminhar para o Bem ou para o Mal.

Dar o exemplo das ondas do rádio, sintonizamos da mesma forma...

A UMBANDA NO BRASIL


Para se entender a Umbanda no Brasil é preciso primeiro compreender como foi formada a sociedade brasileira e quais são suas raízes étnicas. Uma seita, culto ou religião, instala-se num dado grupo social quando encontra elementos culturais favoráveis à sua proliferação.

Quais são, pois, as características sócio-culturais da sociedade brasileira? Vejamos: Sabe-se que no Brasil existe uma mistura muito grande de raças. Se, por um lado, esse fato deixou o brasileiro sem identidade definida, por outro fez com que a nação se transformasse num verdadeiro berço, onde qualquer Espírito encarnado encontra espaço para suas realizações. Daí a facilidade para frutificar idéias religiosas de diversificadas tendências.

Quem chega ao país, depois de certo tempo acaba sentindo-se em casa, dada a diversidade de raças e costumes. No princípio, no entanto, não foi assim. Ao desembarcar no continente no ano de 1500, os colonizadores portugueses encontraram aqui uma significativa nação indígena.

No passar do tempo, esses povos foram dominados e subjugados pelos conquistadores europeus. O reflexo desse domínio perdura até os dias de hoje na forma de perseguições, abandono e preconceitos contra as tribos aborígenes. Pode-se, pois, afirmar que a primeira raiz do povo brasileiro é o índio. Habituados à vida na natureza, os silvícolas não se adaptaram ao que os brancos queriam com sua diferente cultura e reagiam como podiam ao trabalho escravo, imposto pelos novos donos da terra.

As "capitanias", imensas fazendas feudais, deveriam produzir riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Mas faltava mão de obra. Os índios não se mostravam dispostos a servirem de força de trabalho. Onde se poderia arranjar trabalhadores capazes de cumprir com as obrigações do campo? Na Europa certamente não seria. Ninguém por lá estava disposto a deixar as delícias da Corte para encarar o serviço braçal numa terra quente, cheia de mosquitos, doenças e outras coisas mais, a não ser os degredados, e obviamente porque lhes era imposto.

Tiveram então a idéia de buscar na África o elemento negro. Não tendo razões lógicas para convencer esses irmãos a deixarem sua terra, empreenderam verdadeiras caçadas, caracterizadas pela forma desumana com eram executadas. Nascia o tráfico de escravos negros. E, eles foram trazidos para o país em grande quantidade. Muitos dos que embarcavam nos imundos navios negreiros, nunca chegavam a desembarcar na terra tupiniquim, pois ao serem tratados como animais, adoeciam e era atirados aos tubarões para que não contaminassem o resto da "carga". O negro: eis a segunda raiz de nossa gente!

Antes do aparecimento do povo brasileiro, cada uma dessas duas raças, o índio e o negro, já trazia particularmente sua história milenar e, com ela, um patrimônio cultural e religioso. Ao misturarem-se, pela convivência, com a cultura européia trazida pelos descobridores, pelos aventureiros e mais tarde pelos imigrantes, deram origem ao conhecido "povo brasileiro".

A Umbanda foi fundada no Brasil por razões diversas. Uma delas é essa bagagem religiosa atávica que nos liga ao passado do negro e do índio (pretos-velhos e caboclos). Ela teve facilidade para crescer nesse sítio espiritual. Outra razão, foi a de desenvolver junto ao povo, um trabalho mais voltado para os interesses imediatistas, popularescos.

A Umbanda também nasceu em terras brasileiras para atuar na solução de certos processos obsessivos, não alcançados pela prática espírita da época: a magia negra.

"Toda essa complexa Mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas... era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.

Surgiram práticas as mais confusas e desordenadas, envolvendo oferendas com sacrifício de animais, sangue, etc., e por isso tudo fez-se imprescindível um novo movimento dentro desses cultos ou de sua massa de adeptos, feito pelos espíritos carminantes afins a essa massa e pelos que, dentro de afinidades mais elevadas, se aplicam no amor e na renúncia em prol da evolução de seus semelhantes, o qual foi lançado através da mediunidade de uns e outros pelos Caboclos e Pretos Velhos, com o nome de Umbanda. O termo umbanda que eles implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente (ensinaram que) é um termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa, num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus".

A Umbanda é um "movimento mágico religioso", genuinamente brasileiro, e a sua finalidade primordial como religião é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana. Para que esse despertamento se faça, torna-se necessário um permanente estado de religiosidade, onde toda vivência é baseada na compreensão e plena sensibilidade (não sentimentalismo), para com tudo e todos que nos cercam e compõem a humanidade.

A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, etc... o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.

Sua lei principal é resumida numa só palavra: CARIDADE - no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambicioso, vaidoso, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.

Fontes:
http://www.espirito.org.br/
http://www.guia.heu.nom.br/

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO


Num cantinho de um terreiro sentado num banquinho pitando o seu cachimbo, um triste Preto Velho chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lagrimas desciam-lhes pelas faces e não sei porque contei-as. Foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei.

Fala, meu Preto Velho, diz ao teu filho por que externa assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu. Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A primeira, eu dei à estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram as entidades de pouco esclarecimento sobre a doutrina verdadeira do Mestre Jesus, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar o seu semelhante.

A quarta, aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se ~ela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na doutrina do Cristo Jesus, nos Teus Caboclos e nos Teus Zumbis, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

A sexta, eu dei aos fúteis que vão de templo em templo, não acreditando em nada, buscando aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos médiuns vaidosos que só aparecem no templo em dia de festa e faltam às doutrinas. Esquecem que EXISTEM TANTOS IRMÃOS PRECISANDO DE CARIDADE, TANTAS CRIANCINHAS PRECISANDO DE AMPARO MATERIAL E ESPIRITUAL.

Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma...

Do livro: Umbanda de Todos Nós
W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)

Esta mensagem revela a grandeza espiritual de nossos amigos espirtuais - os Preto-Velhos. Eles possuem tanta luz, e se dedicam a nos ajudar um pouquinho em nosso caminho, basta que deixemos nossos corações abertos, para receber e sentir suas maravilhosas mensagens, cheias de humildade, paciência e sabedoria!