sábado, 9 de fevereiro de 2013

Perfeccionismo


O perfeccionismo é um problema psicológico tão grave, que o próprio perfeccionista, quando apontado pelos outros como tal, sente-se elogiado e orgulhoso de si. Infelizmente a nossa sociedade atual supervaloriza o perfeccionismo, o que torna muito mais difícil, as pessoas refletirem sobre isso. Revistas, livros e filmes voltados para o mundo empresarial, para esportes ou para a beleza, estão cheios de dicas motivacionais, que reforçam o perfeccionismo, do tipo: Acredite em você mesmo! Nunca aceite um não! Nunca desista! Não se contente com pouco! Só depende de você chegar lá! Também divulgam imagens de pessoas de sucesso, que chegaram lá graças ao esforço constante e contínuo, abrindo mão de prazeres naturais da vida, e o que é pior, sorrindo, felizes, como se para eles a vida não tivesse problemas, o que nos deixa mais deprimidos, por não termos chegado lá...

Pior ainda é a situação de quem trabalha em Centros Espíritas, que além das pressões sociais já citadas, sofrem com o culto à dor, acreditando-se que para evoluir espiritualmente é preciso sofrer! E sofrer é resgatar e quitar dívidas do passado, sendo a dor punitiva um caminho seguro para a libertação do espírito. Esse conceito está muito distorcido, pois conheço muitos sofredores de carteirinha, que continuam sendo orgulhosos, insensatos, hostis e rebeldes! Onde então o tão desejado crescimento?

Crescer dói mesmo, inclusive fisicamente, sentimos nas pernas, as dores do crescimento, mas dor de crescimento é diferente de dor de martírio, o martírio consiste no flagelo de um mártir, e o mártir sofre tormentos até a morte por conta de uma crença. Ora, com certeza, não é isso que Deus espera de nós. Ele deseja a nossa reforma íntima, que sem dúvida, não ocorre sem sofrimento, já que nos desnudamos, entramos em contato com nossas falhas, o que já não é fácil, e depois nos esforçamos em nos transformar, que é bem difícil, pois requer esforço constante, para quebrarmos velhos hábitos já arraigados em nosso modo de agir, sem falar que esbarramos em nosso orgulho. Já o martírio é uma forma de autopunição, que não nos trás crescimento algum, apenas sofrimento.

Como nos sentimos inferiores aos padrões apregoados nas diversas religiões, desenvolvemos uma baixa estima perigosa, que nos leva a buscarmos a perfeição ansiosamente, e consequentemente, ao perfeccionismo. O problema é que o perfeccionismo é uma atitude mental, nos levando a crer, que somos melhores do que realmente somos. Criamos mecanismos mentais de defesa, para não enxergarmos a nossa realidade interna, que não consideramos bonita e perfeita. Passamos então a algozes de todos a nossa volta, julgando-os implacavelmente na mínima falha, com ares de perfeição, que estamos distantes de ter. O perfeccionista é cobrador dos outros e não de si mesmo. Com o medo de errar para não perder o título de perfeito, nada faz de bom, nem por si mesmo, nem pelos outros.

O perfeccionismo fica no mental e desenvolve um perigoso quadro de desequilíbrio, pois apesar de agir e falar perfeitamente, sabe, em seu íntimo, que não é exatamente aquilo que demonstra ou verbaliza de si. O motivo que está por trás dessa forma de agir é muito triste, pois revela falta de amor por si mesmo, então se martiriza para parecer ser o que não é. Erro fatal para quem busca o crescimento espiritual, pois as palavras de Jesus foram muito claras: "Amai ao próximo como a si mesmo!" A parte do "a si mesmo" foi eliminada e esquecida, e não podemos dar aos outros, aquilo que não temos dentro de nós. Como amar ao próximo, senão nos amamos? Amar a si mesmo é se enxergar com clareza, ciente de seus defeitos, e se apropriar de suas qualidades, buscando ser um pouco melhor em todos os dias de sua vida. Amar a si mesmo não é ser exemplo de perfeição, se fossemos perfeitos, não estaríamos aqui, frequentando a Escola da Vida, não é mesmo? Por que se envergonhar do que se é de verdade? Quando vamos à escola, sabemos que nada sabemos e que estamos lá para aprender, não sentimos vergonha, ficamos felizes com nossas pequenas conquistas e nos esforçamos mais, quando as dificuldades se apresentam. Sofremos, mas não nos martirizamos, por que fazermos diferente com os aprendizados espirituais, que são muito mais difíceis de se adquirir? Pensem nisso!

A busca da perfeição martiriza e diminui a energia salutar em se buscar o aprendizado, principalmente àqueles que se enxergam tão distantes das Verdades Sublimes, e a consequência é avassaladora em seus corações, desistindo de tentar, por se sentirem tão impotentes para trilhar o caminho da perfeição. A verdade é que seus erros ficam suaves perto dos intensos martírios travados em seus íntimos. O perfeccionista vive ansioso e desconfortável com a sua falta de controle sobre a sua vida, frustrado por estar distante de seus ideais, irritadiço, mal humorado, aflito por não acreditar em sua própria capacidade em mudar, de acordo com os padrões preestabelecidos pela doutrina que abraçou, e, obviamente, acabam por desistir de tentar. Em função desse quadro, passam a cobrar de todos, aquilo que não se sente capaz de obter. O perfeccionismo é uma capa de proteção emocional bem inadequada, pois não evita sofrimentos, apenas os dilata, é oposto a semeadura do amor, e dificulta a nossa compreensão e clareza de onde devemos investir a nossa energia para nos reformarmos intimamente, visando um crescimento espiritual.

O perfeccionista se reveste de qualidades para agradar aos outros, exatamente como se veste para ir a uma festa. Vasos lindos por fora e podres por dentro... Tudo o que ele deseja é ser valorizado, e com suas atitudes julgadoras e incoerentes com o seu verdadeiro eu, porque os outros não são cegos, tudo o que ele consegue é a solidão. Esse é um martírio, que não trás crescimento algum, apenas a depressão.

Conheço muita gente sincera de coração, que pratica a caridade com muito amor, mas internamente são infelizes, acreditando-se inferiores e indignas de receber qualquer manifestação de amor, desanimadas e deprimidas, por se acharem distantes daquilo que julgam o certo. O que é o certo? Sermos Santos? Impossível nessa vida! Aqui galgamos os degraus do aprendizado, com muita labuta e suor, mas temos que nos orgulharmos de cada conquista realizada, isto é, sempre melhores do que ontem e dispostos a melhorarmos mais no futuro! Somos seres cheios de falhas, como me disseram várias vezes, meus amigos espirituais, muito iluminados, que me ajudam sempre em minha caminhada: "Se nós, espíritos também errantes, esperarmos somente trabalhadores perfeitos para cumprirmos a nossa missão, estaríamos sem atividade! O que buscamos são corações sinceros em suas atitudes e desejosos em ajudar ao próximo, errantes como nós, com o constante desejo de serem melhores, assim poderemos juntos, nos apoiarmos uns aos outros em nossas quedas naturais, socorrendo aos necessitados e cumprindo a nossa missão de amor, como Jesus nos solicitou!"

A reforma íntima implica em melhoria interna com amor e não na anulação do que consideramos ruim! O perfeccionista nega seus defeitos e imperfeições, impossibilitando assim, qualquer forma de mudança interior. Precisamos ser felizes e estarmos de bem com a vida, para podermos caminhar na senda da perfeição, nos aceitando como somos, reconhecendo nossas falhas e animados em corrigi-las, e não depressivos, desistindo de tentar lutar pelo nosso aprimoramento espiritual!

Se você não consegue tolerar o que há de pior em você, nem de vez em quando, até que ponto conseguirá ser fiel a si mesmo? Se você busca a perfeição, ela começa com o amor por si mesmo! Ame-se muito! Ficará mais fácil amar aos outros... Experimentem!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Refletindo Sobre Melindres


Melindrar é estar suscetível ou sensível a coisas sem muita importância, ofendendo-se e magoando-se facilmente, por motivos insignificantes. O problema está justamente na parte em que se refere a coisas sem importância ou motivos insignificantes, isto é, qual o ponto de referência para podermos estabelecer um limite claro sobre o que é ou não importante? E é exatamente sobre esse ponto específico, que abordo para reflexão.

Primeiramente vamos alinhar a definição de ofensa, para logo em seguida definirmos a mágoa.

Ofensa é a lesão de fato, ou seja, corporal, ou lesão por palavras, ou seja, a injúria, o ultraje, o desrespeito por uma regra ou norma estabelecida e conhecida por todos dentro da mesma comunidade.

Quando apanhamos ou somos assaltados, ou quando alguém que amamos é espancado, assaltado ou assassinado somos, de fato, ofendidos. Sentimos, nesses casos, muita raiva, o que é natural, pois pelo próprio instinto de sobrevivência, ficamos em alerta, quando o perigo nos ronda. Da mesma forma nos ofendemos de maneira justificável, quando uma pessoa que nos conhece, nos julga injustamente.

Mágoa é desgosto, pesar, tristeza. São sentimentos que geramos, quando enfrentamos infortúnios ou desgraças, nem sempre provocadas por outra pessoa, mas sim, situações naturais da vida, a que todos nós, mais cedo ou mais tarde, estamos sujeitos.

Bem, excetuando-se as situações citadas acima, qualquer ofensa ou mágoa será um melindre. E o que está por trás do melindre? O orgulho e o egoísmo. Sim, encontraremos esses sentimentos dentro de nós, todas as vezes que nos magoarmos ou nos ofendermos facilmente.

Pensem comigo, quantas vezes nos ofendemos com alguém, que não nos cumprimentou? Foi melindre, pois a pessoa pode não nos ter visto, estar envolta com problemas imensos e imersa em sua própria dor, alheando-se de tudo o mais. É claro que pode ter fingido não nos ver, mas quem poderá ter certeza absoluta desse fato? Além disso, por quais motivos nos ignoraria? Pode ter sido por estar envergonhada por alguma situação e prefere evitar qualquer contato para não ter que enfrentar perguntas indiscretas, por exemplo, estar chorando e não desejar falar do assunto. Enfim, há uma série de possibilidades, que não pensamos num primeiro momento, pois o nosso orgulho fala mais alto do que o raciocínio, e egoisticamente, imaginamos sermos o foco do desprezo, sem ao menos nos dar ao trabalho de compreender e respeitar a pessoa em questão. Porém, vamos supor, que realmente a pessoa nos ignorou, de propósito, porque está contaminada por fofocas e injúrias ao nosso respeito. Então eu pergunto no que a mágoa nos ajudaria a resolver essa situação constrangedora? Em absolutamente nada, a não ser o fato de nos entristecermos e possibilitarmos o desenvolvimento de doenças em nossa alma e em nosso corpo. Mais produtivo seria conversarmos com a pessoa a respeito, e caso não seja possível o esclarecimento necessário, precisamos acreditar que a verdade sempre prevalecerá, e logo ela brilhará como a luz no meio das trevas, e não esquecermos, de que nunca somos vítimas, mas sim, devedores, com muitas falhas a resgatar.

O melindre ocorre quando nos sentimos ofendidos em nossos direitos, e também, porque acreditamos que nossos direitos sejam superiores aos dos outros, ou seja, por orgulho e egoísmo. Ao nos sentirmos melindrados, revelamos um imenso personalismo, e quanto mais importância nos damos a nós mesmos e aos nossos próprios sentimentos, mais egoístas demonstramos ser, pois não estamos preocupados com os sentimentos dos outros.

É preciso sempre se autoanalisar, com franqueza, para se perceber melindroso em diversas situações corriqueiras na vida, se queremos de fato evoluir. São várias as possibilidades, ora porque o outro não me ligou, ora porque o outro falou mais alto comigo, ora porque fui preterido para uma função que me considerava o melhor, ora porque o outro não consertou a pia, ora porque não me deu bom dia, ora porque não se despediu, ora porque não comprou o que pedi, enfim, são infinitas as possibilidades em que nos melindramos, e na maior parte das vezes, o outro não o fez por esquecimento, displicência, preguiça, distração, preocupação, irritação, vários fatores, que também estamos sujeitos a enfrentar. Por que não procuramos compreender primeiro? Por que o foco é sempre pessoal? Porque somos orgulhosos e egoístas. Temos que eliminar esses dois sentimentos malignos em nós, pois eles fazem muito mais mal a nós mesmos, do que aos outros. Evitaremos muito sofrimento, se buscarmos combater esses dois inimigos, que estão dentro de nós, bem como aceleraremos nosso crescimento espiritual.

O melindre revela fragilidade na alma, que não suporta a menor contrariedade. Não gostamos quando as coisas acontecem à nossa revelia. Somos tão controladores! Queremos controlar tudo a nossa volta para fugirmos do sofrimento, mas esquecemos de que não temos o controle de tudo, pois quem o tem é somente o Nosso Pai Maior, e se relaxarmos e entregarmos o leme de nossa vida em Suas Mãos, nós seremos muito mais felizes e menos estressados. O melindre estressa, entristece, fere, envelhece e adoece a nossa alma, por que insistir nisso?

Dentro de uma Casa de Caridade, onde se trabalha através da mediunidade, buscando amenizar a dor alheia, espera-se que as pessoas se relacionem com muito mais amor, do que fora dela, porém, também lá, podemos notar uma série de melindres. Vou citar os mais comuns de observarmos: Por que não posso atender ao médium que mais tenho afinidade? Por que as Entidades que o outro recebe são mais respeitadas que as minhas? Por que eu não incorporo e aquela pessoa, que não é melhor do que eu, já incorporo? Por que eu incorporo e ainda não atendo assistência, como aquele, que não é tão bom quanto eu, e incorpora a menos tempo que eu? Por que ele dá palestras e eu não? Por que é o outro quem dirige aos trabalhos e não eu, que sou tão iluminado? Por que aquela pessoa está sendo preparada para ser uma nova líder dos trabalhos e não eu, que estou muito mais pronto e trabalhando por mais tempo? Quantos julgamentos, quanta arrogância, tantas dúvidas e competições entre os trabalhadores, atrapalhando o ambiente, que deveria ser de firmeza, amor e luz. Quanto trabalho nós damos à Espiritualidade, que, com sua infinita paciência e compreensão, nos auxilia? E por trás de tudo isso, encontramos os personalismos e os melindres.

Todas as vezes que nos sentirmos ofendidos, magoados ou irritados, antes de reagirmos, precisamos nos perguntar as razões de estarmos nos sentindo assim. É preciso descobrir exatamente o que nos incomodou. Perceberemos que, na maior parte das vezes, exageramos os fatos, e dilatamos em nossa mente desequilibrada, o mal que nos tenham feito. Estas atitudes são melindres, carregados de orgulho ferido, que por si só, desaparecerão, se não dermos "pano para a manga", como se diz coloquialmente. Se não for só uma questão de orgulho, devemos buscar compreender a situação, de forma global, isto é, tentar analisar todos os fatos, de maneira racional, e depois nos perguntarmos se faríamos diferente, caso estivéssemos no lugar do outro, ou seja, nós precisamos pensar em todos os envolvidos e não somente em nós mesmos, assim não estaremos sendo egoístas. Será inteligente, deixar o orgulho de lado, e buscar o esclarecimento direto com os envolvidos, em um diálogo saudável, com respeito, e abertos para ouvir as possíveis críticas que advirem dessa conversa, e só assim, nós teremos tentado de tudo para manter a paz e o equilíbrio entre todos. Se o resultado for infrutífero, busquemos o equilíbrio interior, com a tranquilidade de quem agiu com amor e justiça, engolindo nosso orgulho, acreditando na Justiça Divina, que a seu tempo virá. Assim estaremos abatendo nosso orgulho, aprendendo a sermos menos egoístas e, com certeza, facilitando nossos aprendizados no futuro. Esta não é uma tarefa fácil, porque nos habituamos em diversas reencarnações, por séculos, a nos impor aos outros, porém, todo hábito pode ser modificado, desde que nos disponibilizemos para tal, com esforço e autocrítica constantes.

Sejamos honestos conosco mesmos, para avaliarmos o quanto nos melindramos em nosso dia a dia. Para o nosso próprio bem, busquemos eliminar aos poucos, e no dia a dia, esse hábito desagradável, que só nos revela o quanto ainda nós somos orgulhosos e egoístas. Vamos tentar sermos menos melindrosos? Evitaremos sofrimentos desnecessários! Já não nos bastam os problemas com os quais nada podemos fazer para evitar?

A mágoa e a irritação só provocam desequilíbrios emocionais e doenças físicas, que não precisamos viver, a não ser, que escolhamos, de livre e espontânea vontade, esse caminho. Trazemos esse terrível hábito, de controlar tudo, de querer subjugar os outros ao nosso bel prazer, de outras vidas, nas quais nos acostumamos a ter tudo o que queríamos, sem pensar no próximo, e às vezes, nessa mesma vida, por falta de limites, que deveriam ter sido nos dado, pelos nossos próprios pais, não importa. O que importa é eliminarmos, o quanto antes, tudo que nos impeça de evoluir! E que também sejamos exemplos dignos para nossos filhos, deixando-os aprender com as frustrações naturais da infância, sem superprotegê-los. Colocando limites em sua vida, desenvolvendo o respeito pelas diferenças entre eles e seus amigos, aprendendo a dividir e a permitir que a vontade dos outros tenha tanta importância, quanto a deles mesmos, combatendo, desde pequenos, o egoísmo e o orgulho, para que eles também não se transformem em adultos melindrosos! Abaixo o melindre!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A Vingança


A vingança tem um gosto amargo e não nos traz a paz, tão ansiosamente desejada. Quem trabalha, em nome de Deus, em auxílio do próximo, através da mediunidade, não deve, jamais, permitir que esse sentimento domine seus corações, pois ela é contrária ao amor e ao perdão.

Quando optamos pela vingança, convidamos as trevas a nos acompanhar, nos envolvendo com todas as vibrações negativas e escuras, que comungam do mesmo desejo de vingança que nós. Emitimos estiletes de ódio, destilando o fel amargo da orbe ignorante. Atraímos entidades sofridas, vítimas de seu próprio desequilíbrio mental, lodosas e fétidas, por estarem, às vezes por séculos, ruminando fixamente, também seus desejos de vingança. Nesse ambiente espiritual, que criamos com nossos desejos de vingança, perdemos a proteção de Espíritos Luminosos, que não conseguem permanecer em um local, que se torna irrespirável, pela total ausência de luz e de amor, mas sim, ao contrário, lotado de vibrações baixas e trevosas.

Ao acreditarmos que temos direito a vingança, nos revelamos arrogantes e prepotentes, na medida em que nos revestimos do poder de julgar e punir aqueles que nos magoaram. Ainda que, realmente tivermos sido vítimas de uma terrível injustiça, como esquecer, que a Mão de Deus está por trás de tudo? Que Ele jamais permitiria uma injustiça, ainda que leve, a não ser para nosso próprio benefício, isto é, ou nos propiciando uma oportunidade de aprendizado, ou nos permitindo o resgate de nossos próprios erros. Duvidar disso é provar nossa falta de fé no Pai Maior, em Sua Bondade Divina, em sua Magnânima Misericórdia e em Sua Justiça! E sem essa fé, como podemos exercer a mediunidade com amor?

Sentimentos inferiores nos conectam diretamente com espíritos sem luz, apenas o amor e o perdão são capazes de fazer com que nossas dores sejam benditas, e somente eles nos propiciam a graça de sermos envolvidos pela Sabedoria Divina, que nos conhece, no mais profundo âmago de nosso ser, bem como nossas falhas e, principalmente, nosso latente potencial para trilhar os caminhos de luz.

A vingança não trás consolação, mas o perdão sim! Ela desequilibra o espírito de tal forma, que os mesmos ficam irreconhecíveis, quase nada parecidos com seres humanos, que os foram! Espíritos vingativos se transformam em espectros de si mesmos. O ódio não trás paz, nem harmonia, e ainda atrasa a evolução espiritual, a que todos nós estamos sujeitos, sem falar na distância, cada vez maior, da alegria e da felicidade tão desesperadamente almejadas.

Todos têm que prestar contas à Justiça Divina, mais cedo ou mais tarde, as aparentes injustiças serão resolvidas por Ela, não cabendo a mais ninguém essa responsabilidade. Todos nós somos abençoados pela Bondade e pelo Amor de Deus, mas ninguém se abstém em responder pelos erros que cometeu, ou pelas coisas materiais que obteve ilicitamente, pois a cada um será dado o que lhe pertencer de direito.

É preferível sermos vítimas, do que agentes de vingança. Cobramos a maldade dos outros, mas não percebemos que nosso ódio e nossa vingança não têm nada de benevolente. Eu pergunto, aonde somos diferentes daqueles a quem estamos cobrando justiça? Onde a justiça nessas descabidas ações de vingança?

Que a vingança jamais tome conta de nossos corações, que cada vez mais possamos aprender a perdoar os nossos inimigos, assim como desejamos ser perdoados, para assim, usufruirmos da proteção e da bondade sublime de nossos amigos espirituais. O perdão não é sinal de fraqueza e covardia, antes ele reflete uma força moral gigantesca, pois que alicerçada na fé e no Amor Universal!

Quando nos vingamos, apenas construímos um futuro amargo com nossas próprias mãos! O que fizermos aos outros, receberemos de volta na mesma medida. A vingança não vale a pena, e ela é diametralmente oposta ao que se espera dos trabalhadores na senda do amor. Aos médiuns é pedido amor, humildade, perdão, tolerância, misericórdia, paciência, portanto não há espaço para o ódio e a vingança! Lembrando que a cada um será pedido o retorno de suas ações, e para qualquer erro cometido, nos restará viver o sofrimento de nossos equívocos.

Paz e luz para todos nós!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Manipulação


A manipulação anda na contramão do amor. Quem manipula as pessoas, ainda não é capaz de amar. Infelizmente, o manipulador é praticamente invisível, apenas o tempo e a convivência revelam esse algoz. Quem trabalha em uma casa de caridade, precisa estar sempre atento, observando qualquer atitude manipuladora, de quem quer que seja, para eliminar o mal pela raiz. Esta responsabilidade é ainda maior, quando se lidera um grupo, e ela se potencializa, ainda mais, nos grupos que trabalham em prol de seu próximo, numa Casa de Caridade. Devemos trazer a tona, imediatamente, qualquer comportamento manipulador, para que essa erva daninha, não destrua o jardim de amor existente entre pessoas que buscam fazer o bem, principalmente pelas consequências irremediáveis no coração de todos os envolvidos. Para isso, é preciso estabelecer um ambiente de amor, respeito e confiança entre os colaboradores, pautado num fluxo de comunicação clara, aberta, franca e constante.

Na infância e na adolescência, a manipulação, às vezes, é inconsciente, mas se não for detectada e eliminada rapidamente, ela cresce e se fortalece, pois, por um tempo, o manipulador atinge o objetivo desejado. Nesse sentido, a manipulação se revela uma excelente estratégia de sucesso e, como tudo que se faz inúmeras vezes, vira um hábito, isto é, a criança se acostuma e se especializa em meios ilícitos para atingir qualquer fim, e os pais omissos amargarão funestas consequências.

A manipulação destrói corações amorosos. Quando se é manipulado, sua auto-estima vai ao chão, você se sente impotente, fraco, desvalorizado e culpado, e o que é pior, agradecido pelo manipulador em lhe abrir os olhos. Sim, porque o manipulador faz você se sentir sozinho e abandonado, é claro, por sua própria culpa. Ele te convence, que você o abandonou e que deve, por sua própria culpa, ajudá-lo em seus mais pérfidos desejos. Ele é doce, meigo e frágil, aparentemente, é óbvio, pois no fundo ele é um estrategista maldoso. Sua fala é mansa, doce, seu tom de voz baixo e suave, fazendo você se sentir um touro selvagem perto dele, e que o mundo é uma selva maldosa em cima do doce e frágil coelhinho, que se encontra em sua frente...

O manipulador é sutil e oportunista, indireto em suas ações, geralmente mexendo seus pauzinhos no nível afetivo, sendo venenoso e agindo nas sombras, possuindo uma fachada inócua e aparentemente bondosa. É malévolo, prepotente e egocêntrico, incapaz de amar, senão a si mesmo. O egocentrismo dele é tão grande, que ele não consegue perceber os sentimentos das outras pessoas, ele só se preocupa com ele próprio. É explorador em seus relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos.

Encontramos manipuladores por toda parte. Infelizmente, todos nós já tivemos alguma experiência com eles. São manhosos e ambíguos. Como já dito, somente a convivência e o tempo os revelam. Eles agem sorrateiramente, buscando ajuda naqueles a quem julgam serem detentores de um certo poder, no assunto que lhes interessa, aliciando-os com comentários, aparentemente inocentes, mas que são avassaladores aos outros. Quando expõem situações, onde outras pessoas estão envolvidas, colocam-se sempre como vítimas indefesas, agindo de forma bastante estratégica e maldosa. Fingem serem francos com a pessoa que detém o poder, quando na verdade estão encobrindo os próprios erros, e evitando uma conversa cara a cara com aqueles a quem está acusando, para resolver conflitos, principalmente, quando se percebem culpados e sem defesas. Nunca assumem responsabilidade, sempre se posicionam com um ar de inocência e se mostram indefesos, provocando nos outros a necessidade de os defenderem. São tão ardilosos, sedutores e eloquentes, que as pessoas acabam por se colocar em sua defesa, sem mesmo antes analisarem cuidadosamente todos os fatos. Dessa forma, conseguem, não somente atingir seus objetivos obscuros, como também destruir amizades límpidas e sinceras, bem como destruir grupos, antes unidos, e voltados para objetivos mais nobres. Possuem características narcisistas, ou seja, superestimam suas capacidades e exageram suas realizações, revelando-se presunçosos e arrogantes.

A atitude contrária à manipulação é a assertividade. Ser assertivo é não ter medo de se defender, firme e respeitosamente, os próprios pontos de vista. É exprimir-se naturalmente, sem ofender aos outros, sabendo dizer não e sabendo tomar decisões difíceis, quando a situação o exige, bem como assumir os próprios erros. Ser assertivo é estabelecer uma comunicação aberta e honesta, num clima de tolerância sã, face aos desacordos naturais que enfrentamos na vida. A discussão é sempre saudável, porque trás troca de conhecimento, mas ela deve ser pautada num clima de respeito e de forma íntegra, clara e não difusa. Para desenvolver a assertividade é preciso controlar a própria insegurança, se disponibilizar em ouvir os outros, sem adiar indefinidamente suas responsabilidades e sempre se posicionando claramente, sem se colocar na posição de vítima ou de coitadinho, assumindo sempre as consequências de seus atos, sem culpar os outros por suas escolhas infelizes.

A manipulação, em qualquer uma de suas formas, seja através de informações, de conhecimento, ou de jogos de poder ilícitos, com atitudes de sedução ou desvalorização, só fazem abater a auto estima das pessoas. A dissimulação e a conspiração só destroem as relações do grupo em que se está inserido. Combinações secretas em troca de favores, conluios e tramas junto a figura que represente o poder, sem antes tentar resolver questões de conflito diretamente com os envolvidos, só adia o próprio crescimento e, com o tempo, depara-se com a solidão. Os manipuladores acabam sempre sozinhos e carentes, pois não sabem se relacionar com ninguém. Porém, até serem descobertos, fazem um grande estrago emocional em todas as pessoas que com ela se relacionaram, bem como aniquilam grupos e sociedades por onde passam.

O médium que deseja evoluir precisa, constantemente, buscar o auto-conhecimento, identificando em si, através da auto-crítica, qualquer leve sinal de atitudes manipuladoras, que apresente em seus relacionamentos, e fugir desse forma de administrar seus problemas e conflitos, pois esses só se complicarão. Manipulação não combina com a caridade e encontra-se bem distante da prática do amor. Obtemos segurança emocional, quando somos livres para amar e deixamos os outros livres para serem quem são. A manipulação impede isso. Tirando a liberdade do outro em decidir o que fazer, não estamos amando, mas sim, controlando, provocando no outro, um ressentimento em relação à nós, ou seja, o afastamento.

Fujamos da manipulação, como fugimos do perigo. Melhor assumir um erro, do que carregar na consciência a responsabilidade de ter manipulado uma situação para sairmos ilesos, permitindo que inocentes sejam punidos, até porque, teremos que responder por isso. Assim como uma inofensiva e pequena pedra, descendo em uma montanha de gelo, vira uma imensa bola destruidora, crescendo mais e mais a cada centímetro rolado, assim são as consequências da manipulação, que só aumentarão a cada momento, destruindo ao final, o único responsável pela tragédia, o próprio manipulador!

Orai e vigiai... Sem a retidão do ser, nada de justo pode ser realizado!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Honra


A vida nos confronta com uma série de desafios, que alteram a nossa trajetória. Em alguns desafios, a vida nos pede coragem, grandeza espiritual, humildade sincera, compaixão e desprendimento, para que não nos desviemos do caminho de nossa evolução espiritual. Nesse sentido, um dos desafios mais difíceis a ser enfrentado é aquele que nos cobra a honra.

O que significa honra? No dicionário encontramos explicações contraditórias em nosso coração, em função da situação em que nos confrontamos. Por exemplo, honra significa boa fama, pessoa ilustre e dignidade. No papel, as explicações parecem simples e coerentes, mas na vida se fazem bem mais complexas. Muitas vezes, quando agimos dentro das leis espirituais, estamos em desacordo com as leis mundanas.

Imaginem um homem que possui um alto cargo gerencial, e, em função disso, descobre diversas falcatruas do Presidente da empresa onde trabalha. Dependendo de suas ações, ele será honrado e se tornará ilustre, pois será promovido à Diretoria, mas perderá a sua dignidade, ou seja, escolherá a omissão, ou o que é pior, passará a aproveitar as brechas possíveis, para também se beneficiar ilicitamente, em detrimento da paz de outras pessoas. Como também, ele poderá escolher em não ser conivente com a situação e ficar desempregado. Nesse caso, ele manterá a sua dignidade, mas perderá a boa fama, deixando de ser uma pessoa ilustre, sem amigos, e, provavelmente, enfrentará grandes dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho, dependendo do maior ou menor grau de poder, que seu oponente tenha.

Outros significados de honra, também encontrados no dicionário, são: sentimento de dever, qualidade que nobilita, apreciável, probidade. Probidade significa observância rigorosa dos deveres, da justiça e da moral. Imaginem um homem que se descubra traído pela esposa, com seu melhor amigo. Eu pergunto, honra é perdoar e seguir a sua vida junto com a esposa, tentando compreender por que tudo isso aconteceu, refletindo, honestamente, sobre qual parte lhe cabe como responsabilidade? Ou honra é fazer um escândalo e se vingar de ambos? Como manter a moral e cumprir os deveres, quando somos injustiçados? O pior é que mesmo quando tomamos uma atitude honrosa numa situação de traição, socialmente não somos mais apreciáveis, pois estamos marcados negativamente pelo julgamento alheio, ou seja, perdemos a nossa honra, e daí se justificam os atos mais insanos, para se readquirir a própria honra, quanta incoerência, em função da honra.

O desafio em se manter a própria honra em nossa sociedade atual é bem difícil, não? Na verdade, em nosso mundo terreno e materialista, sempre o foi. É preciso muita coragem e humildade para se escolher o caminho da verdadeira honra. Quando nos defrontarmos com esse desafio é fundamental lembrarmos, que aquilo que o mundo homenageia e cultua, geralmente é aquilo que devemos desprezar, pois não condiz com os verdadeiros valores da alma. De que adianta mantermos cargos de alto poder, para depois, nos apresentarmos como esfarrapados desprezíveis na verdadeira vida? O poder nos torna eternos? Quanto tempo conseguiremos manter essas ilusões materiais? Além disso, existem várias facetas na arte de comandar, desde a mais severa autoridade até a mais pura benevolência, cabendo a cada líder, decidir e escolher, com qual delas irá atuar.

A honra requer coragem, porém coragem não significa ausência do medo. Só os vaidosos e os ignorantes ignoram o medo. É desse receio, que nasce um força interior capaz de vencê-lo, e é esse o segredo dos valores morais e idôneos, enfim, da honra. Quem nega o medo, comete um grande erro. Acreditar na bondade de todo ser humano é um erro que não devemos cometer, mas acreditar que o bem está dentro de cada um, fazendo parte da sua essência, é um grande desafio que devemos enfrentar. Aproveitar todas as oportunidades para ajudar cada ser humano, que nos cruze o caminho, a despertar para as verdades espirituais, esta sim é uma escolha de honra! Fazer brotar e reforçar o bem interior nas pessoas, para que elas possam se fortalecer, cada vez mais, num caminho de luz, é uma verdadeira atitude de honra. Essa atitude pode ser praticada por qualquer um de nós, mas sem dúvida, é uma obrigação moral de todo aquele que assumiu um cargo de poder, pois seu principal compromisso nesse papel é o de desenvolver as pessoas, que estejam sob a sua responsabilidade. Nessa linha, incluo todos aqueles que trabalham com a mediunidade, pois como médiuns, têm a responsabilidade de auxiliar a todos que o procuram.

Honrarias e títulos, posições e cargos são dados e retirados segundo as conveniências do poder regente, bem como de seu desejo em aliciar as pessoas aos seus interesses. A verdadeira honra, diante de nosso Pai Maior, é ter a nossa consciência tranquila, o nosso coração leve, pois que livre de qualquer acusação de seus semelhantes. A mediunidade voltada para o bem, requer um médium honrado, ou seja, que não se desvie da honra em servir em nome de Deus, e, consequentemente, dentro de Sua visão de honra, e não na visão ilusória do mundo.

O médium precisa perdoar todos aqueles que lhe desafiam sua honra, sem esquecer, por um minuto sequer, que hoje são seus algozes, mas, provavelmente, ontem foram suas próprias vítimas. Precisa saber exercer sua mediunidade com sabedoria e honra, dentro e fora da Casa de Amor, na qual trabalhe, aconselhando, auxiliando, esclarecendo, e jamais se utilizando de violência, de qualquer tipo, seja ela física, verbal, ou a pior de todas, a manipulação. A manipulação é tão desastrosa na vida das pessoas, que optei por desenvolver um texto especificamente sobre ela, sendo este o tema do próximo capítulo.

Honra é exercitar a responsabilidade individual, conscientemente, enfrentando nossos medos, cimentando a confiança mútua, sem atitudes de dominação ou calculismos manipuladores. Honra é ter coragem e confiança em si mesmo para escolher o que é correto. O médium que honra o título de trabalhador em nome da Sabedoria Divina, deve pensar sempre nos interesses da alma e nunca se deixar conduzir pelos interesses imediatos e pelas vantagens da matéria.

Enfim, a honra é o farol que norteia o caminho do médium, quando este deseja trabalhar na luz, em nome de Deus!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A Fé Transforma O Mundo


Um pequeno foco de luz pode iluminar muito! Apesar de todo o mal a nossa volta, fomos criados para o Bem, e precisamos acreditar nisso e fortalecermos a nossa fé, todos os dias, em todas as nossas atitudes. Precisamos viver com fé, com otimismo e não com pessimismo, para não fortalecermos o mal, pois quando reclamamos dele, falamos mal dele e o tememos, apenas o fortalecemos! Temos que viver como um verdadeiro foco de luz, não nos preocupando com aqueles que agem na escuridão, eles, mais cedo ou mais tarde, se ofuscarão com a luz, e deixarão de preferir as sombras.

Nossa consciência carrega em si mesma, as noções de bem e de mal, temos a eternidade para aprender, e tudo ocorre no tempo que precisa ocorrer, não cai uma folha de uma árvore, sem a permissão do Pai Maior! Precisamos viver o que nos cabe, vigilantes e ciosos de servirmos de exemplo positivo na senda do bem maior, sem reclamações, sem revolta, crendo que Deus está por trás de tudo!

A vida é feita de diversas escolhas, e nós todos, em várias situações, somos chamados a decidir entre o Bem e o mal e nossas escolhas fortalecem um ou outro. Todos somos tão responsáveis quanto qualquer outro indivíduo, na evolução de nosso planeta. Estamos constantemente aprendendo através de diversos desafios e experiências, ora resgatando erros do passado, ora crescendo, material e moralmente, rumo à perfeição! Precisamos ter fé e confiar que tudo está certo como está, que Deus é justo e soberano, serenando nosso coração e fazendo a nossa parte! Vivamos o presente da melhor forma possível, com vistas ao futuro, que sempre será melhor, pela própria lei da evolução.

Nosso mundo é carregado de dores, aflições, desespero e mortes, pois o homem só aprende através das próprias lágrimas e dos próprios sofrimentos. Enquanto ele está bem, sem problemas, e domina e fere o seu próximo, parece nada sentir, numa insensibilidade assustadora, mas quando, por sua vez, sofre, eis que se modifica, chora, implora, se humilha, se desespera e pede socorro, lembrando-se de Deus. Torna-se tal qual uma criança em desconsolo e perdida, em busca de ajuda, amparo e carinho. É assim que Deus tira o Bem do mal.

A morte, mais cedo ou mais tarde, vem para todos. Não devemos nos preocupar com ela, mas sim com a vida, que a nossa vida seja cheia de exemplos positivos de nossa parte, para que com nossas atitudes no Bem, possamos provocar transformações positivas, contribuindo para o plantio de ideias novas e transformadoras. Cada ser especial, que viveu na Terra uma vida cheia de sacrifícios e abnegações, transformou o mundo para melhor. Temos, atualmente, vários exemplos de vida assim, tais como, Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Dalai Lama, Papa João Paulo II. Porém, nós também podemos fazer a diferença, assim como eles, só que, num âmbito menor, mas não por isso, menos importante.

Sonhamos com um mundo melhor e mais justo, com leis adequadas à todos, igualmente, onde todos apenas pensem e se preocupem com o bem estar de todos. Um mundo onde não haja miséria, fome, guerra, assaltos, assassinatos. Um mundo onde viveremos mais harmonizados com a Natureza, onde a Ciência, se tornando mais sábia, descobrirá as curas para todas as doenças, que serão menos sofridas do que as atuais, pois teremos mais qualidade de vida. Para que tudo isso aconteça é preciso que o mundo evolua, através do testemunho de muitos. Várias pessoas agindo no Bem, voltados para a caridade ao próximo, sem revolta, apesar dos dissabores naturais da vida, servindo de modelos, vivendo uma vida voltada para o seu semelhante, implantarão aos poucos, um novo mundo, de amor e de sabedoria.

Nosso plantio de amor e caridade, as vezes é como o plantio de uma árvore frutífera, como por exemplo a jabuticabeira ou a mangueira, que levam muitos anos para dar frutos, e nem pro isso, devemos desistir de plantá-las, pois quem planta, normalmente pensa nos filhos ou nos netos, e não em si próprio. Exatamente assim é como devemos trabalhar para a melhoria do mundo, mesmo que não seja para aproveitarmos imediatamente, e sim, pensando nas gerações futuras. E quem são as gerações futuras, senão nós mesmos? Já que reencarnamos várias vezes, na constante busca de aprendizado e evolução. Se assim não fosse, o próprio homem se aniquilaria a si mesmo em questão de poucos séculos, porque o mal imperaria e dominaria irremediavelmente, caso não houvesse evolução. Este seria mesmo um mundo muito injusto e esquecido por Deus, o que é inadmissível para todos aqueles que dizem ter fé!

Como médiuns, devemos caminhar seguros, sem vacilar jamais em nossa fé. Somos mais fortemente testados, pois que há muitos que desejam apagar as luzes do amor, provocando desequilíbrios entre aqueles que praticam o Bem, que se reúnem em uma casa, para trabalharem em nome da Caridade e do Amor. Temos que redobrar a vigilância, sem nos deixar abater pelo mal à nossa volta. Através de nossa fé, seremos exemplos vivos de tranquilidade, na espera da implantação da Justiça Divina em nosso planeta azul!

Vivamos com Fé e Amor, e como resultado, observaremos felizes, a paulatina transformação do mundo, através de pequenas transformações em nossa vida, que por sua vez, provocarão muitas transformações em nossa volta. Transformações essas, que já vem ocorrendo desde a Idade da Pedra. Temos vários episódios de quedas de poder, durante o decorrer da História da Humanidade, bem como, diversas melhorias nas leis jurídicas, cada vez mais sábias e humanas, visando enfim, uma civilização mais nobre.

A fé transporta montanhas, por que não transformaria o mundo?