sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O Estado Incorpóreo

A transformação física no estado incorpóreo é causada por fatores que vou tentar ressaltar de maneira clara e objetiva:

Nem sempre é a necessidade do espírito que está em primeiro lugar. Às vezes, o próprio médium precisa sentir esta transformação ou o próprio assistido pelo espírito. Isto ocorre para que aconteça a melhor identificação, o estado da fé e até mesmo a facilitação da mensagem dada.

Às vezes, comunicamo-nos com um espírito que se coloca em forma de um homem do campo, sem cultura, parecendo ser simples e humilde, e mal sabemos que pode este espírito ser, na dimensão astral, um mestre dotado de grande conhecimento e evolução.

Portanto, pode um espírito ser exatamente o qual ele se faz, com suas formas, trejeitos e condições psíquicas. E pode em outros lugares levar sua mensagem de outra forma e com outro nome.

Porém, ainda existem, principalmente na Umbanda, espíritos que carregam o psiquismo da sua existência terrestre, não conseguindo ainda se desligar dos seus dialetos regionais, manias e trejeitos.

Mas é com a evolução que acabam deixando essa ligação terrestre. No entanto, nas manifestações continuam a manter o seu psiquismo, por necessidade dos médiuns e das pessoas que o procuram, por ter ganhado a confiança e a fé, fica difícil e complicado existir mudança com a aceitação daqueles que com ele já convivem.

Este espírito acaba freqüentando vários locais destinados à prática da caridade com e sem essa ligação psíquica. Mas, se essa forma de atuação não existisse na Umbanda, como poderiam os espíritos conseguir evolução espiritual.

Pois existem espíritos que precisam atuar de forma mais verdadeira, para que possam ter certeza do mundo ao qual pertencem e o que precisam fazer para chegar até ele.

É por esta razão que eu não vejo a necessidade do médium fazer, no estado incorpóreo, o que chama de teste para ver se realmente estão incorporados.

Essa atitude mesquinha para testar a dimensão da incorporação, não passa de agressividade.

Saibam que é mais fácil o ser humano perder o controle mental que o físico, é isso é fato consumado.

No estado incorpóreo, por mais consciente que o médium seja, o espírito “toma” do médium a coordenação motora e o médium perde o seu controle físico. O espírito aproveita dele a informação, o desenvolvimento intelectual, seus conceitos morais e seu dom de caridade.

O que muito me entristece é ver o médium dentro de uma guerra psicológica, precisando e pedindo provas para o astral. Para nós, não existe prova maior que o próprio estado de incorporação, porque mexemos com todos os átomos, músculos, ossos e moléculas para que possam transformar-se em nossa característica. Assim, não importa a necessidade de confirmação, pois a necessidade real é conviver e aceitar o difícil caminho da caridade.

Ronelio – 14/07/76
Templo de S. Jorge – MG

Comunicação com os Espíritos


É importante saber que o espírito superior não domina ninguém. Ele acompanha, fortalece, ensina e atende chamados.

Saibam também, que os espíritos inferiores, obsessores e outros só dominam os que se deixam dominar. Quem é assistido por espíritos bons nada tem a temer, porque eles se impõem aos espíritos inferiores e não estes a eles.

A disposição principal é a do recolhimento. Quando se deseja a comunicação com espíritos sérios, deve-se fazê-lo com muita fé e desejo do bem maior. Ao elevar seu espírito no instante do recolhimento e no momento da evocação, você médium, se identifica com espíritos bons que se dispõem a se manifestarem.

Um espírito superior respeita as ordens da casa espiritual que o médium freqüenta, e tem pelos dirigentes total respeito.

Os espíritos que fazem o contrário são desordeiros e não merecem nenhuma atenção, senão a educação espiritual. A necessidade evolutiva tem que partir do próprio médium. O médium deve saber também, que os espíritos superiores exercem poder em benefício do inferior, obrigando-o a se manifestar fisicamente pelo seu próprio bem. O livre arbítrio é condicionado pela evolução do espírito, mas o médium, quando na incorporação de obsedado não deve de forma alguma dar condição de livre arbítrio.

Os espíritos acabam se igualando ao médium em expressões, formalidades, carisma, educação, personalidade, intensidade de voz, timbre e, principalmente, moralidade, moralidade sim, e não em inteligência.

A fé é primordial para as evocações, mas, sobretudo, a fé em Deus. Ela se desenvolverá com o desejo do bem e a intenção de instruir-se. Fora dessa norma, nada tem com a espiritualidade e de nada servirão sessões espirituais. E estará o médium somente se enganando. Atitudes rústicas e mesquinhas nada têm com a elevação que Deus Supremo ordena aos homens de boa vontade.

Espírito Zaena (Cigana) – 18/04/75
Templo S. Jorge – MG