sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Banho de Ervas


A Umbanda é uma religião naturalmente ritualística, isto é, seus fundamentos são absorvidos através da prática, saindo do campo mental e materializando-se através de rituais.

Um dos fundamentos importantes, dentro da Umbanda, é a manipulação de energias através dos elementos da natureza, visando o equilíbrio de seus praticantes. Um dos importantes rituais é o banho.

Desde as mais remotas épocas, os banhos, como veículos de purificação, foram considerados parte integrante do sentimento religioso na Índia, onde multidões eram levadas a banharem-se nas águas do Ganges, para se purificarem.

A finalidade do banho de descarrego dentro da Umbanda é purificar, limpar e energizar. Nos banhos são utilizadas ervas, as quais, já têm sua eficiência comprovada pela ciência e são largamente utilizadas em forma de medicamentos pela indústria farmacêutica e de manipulação.

Os banhos de descarrego além de limpar o perispírito dos fluidos pesados, protegem e vitalizam a aura do médium. Para uma boa comunicação, o médium deve estar higienizado também espiritualmente, daí a necessidade do banho de descarrego.

Na umbanda, o uso dos banhos de descarrego depende do conhecimento do uso das ervas ou raízes, nas suas diferentes qualidades e finalidades.Os banhos de ervas não podem ser tomados à revelia, sem autorização dos guias.

Cada erva ou conjunto de ervas tem sua finalidade em relação a um ou mais tipos de problemas, doenças, e baixas energéticas. Porém, não basta tomar o banho, tem que se ter fé naquilo que se está fazendo, consciência de sua utilidade, finalidade e benefícios. Não se toma um banho de ervas somente por se tomar, deve haver um motivo e uma orientação de um guia ou de um dirigente de centro, que conhecem com profundidade, a real necessidade e qual erva será a mais adequada.

As combinações de ervas, mal feitas, excessos, ou banhos que não estejam de acordo com seus guias, ou com o próprio desenvolvimento mediúnico de cada um, podem causar problemas.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O uso do sal grosso


Há muito que se discute sobre a questão do uso do sal grosso para as funções de descarrego! Não vou aqui enumerar uma série de motivos para que se utilize ou não se utilize o sal grosso. Esse tipo de ação vai depender muito mais da doutrina em que se está inserido do que propriamente qualquer coisa que se possa dizer como sendo falso ou verdadeiro.

Podemos comparar o uso do sal grosso com funções de descarrego espiritual ao tratamento químico que se dá ao câncer. Sabemos que o câncer, em poucas palavras leigas, é o resultado patológico de células crescendo desordenadamente levando inclusive ao óbito.

O remédio contra essa doença atua nessas células doentes destruindo-as, entretanto, as demais células, ainda que saudáveis, têm as mesmas características orgânicas das células doentes e assim, o remédio também as destrói. Chama-se a isso de reações adversas.

Podemos associar um fato ao outro dizendo que o mal espiritual que nos aflige é como a célula cancerosa, uma energia como outra qualquer com que lidamos no dia a dia, porém descontrolada, ou mesmo, negativamente dirigida, mas semelhante em suas estrutura as demais que componham nosso ser naquele instante.

Quando usamos o sal grosso ele atua de forma eficaz contra toda e qualquer energia, mas, principalmente, contra as deletérias, destruindo miasmas e negatividades, mas, da mesma forma que o remédio contra o câncer atua, provoca reações adversas em nosso organismo espiritual.

Por isso, orienta-se não utilizar o sal grosso sobre a cabeça, sede de nossa espiritualidade mais avançada, a fim de que não se produza reações mais adversas do que as que possamos suportar.

Como disse antes, em função de visões doutrinárias diferentes, não será incomum que muitos discordem desta tese, dando inclusive como exemplo a água do mar, posto que a mesma, absolutamente salgada, é um dos melhores banhos de descarrego que se possa conhecer.

A isso podemos retrucar que a religião é profundamente simbólica e o que se vê num determinado ponto da escala da criação não é exatamente o que se pode inferir de suas germinações ou conclusões futuras. Na água do mar existe o sal, mas ali é a água do mar o símbolo do banho, e não mais o sal puro, o grosso, ou mesmo, como alguns admitem, o refinado.

Acredito que o sal limpa profundamente os miasmas, mas a sua força energética limpa também a energia de proteção de nossa cabeça. Não é aconselhável tomar banho de sal grosso, muitas vezes na semana, pois ficamos com o corpo espiritual exposto, além do que, é importante também, não exagerarmos na quantidade de sal grosso na preparação do banho, porque podemos enfraquecer nossa proteção. Espero ter esclarecido um pouco mais, ou pelo menos levantar a dúvida, lembrando que devemos seguir sempre a orientação dos dirigentes do local aonde somos atendidos e/ou desenvolvidos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Linha dos Exús - Parte II


Uma verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços prestados a quem procura ajuda, seja na Umbanda ou no Centro Espírita.

De um modo geral, pode-se dizer que nos centros sérios de Umbanda, , assim como os Centros Espíritas, manifestam-se os mesmos seres, espíritos ou energias vivas e inteligentes que são a essência de nós mesmos.

Na Umbanda não se manifesta o próprio Orixá e sim seus mensageiros, espíritos que vem em terra para orientar e ajudar. A Umbanda vê os Exus não como "deuses", mas como energia ou força primitiva. A substância pura. Em síntese o grande agente mágico de equilíbrio universal. É um dos maiores, se não o maior executor da Lei Kármica. Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde se opera com forças ou entidades do baixo astral. As falanges de Exus agem nas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela.

Os Exus utilizam-se de energias mais densas, ou seja não tanto espirituais e sim mais materiais. Podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral.

Os trabalhos malignos, como matar por exemplo, não são acordos feitos com os Exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de algum Exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em Orixás e Santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium, e o uso de ervas e frutos. Jamais sangue, e caridade acima de tudo.

Sua função é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Exu. É ele quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível a presença dele para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.

O poder de comunicar e ligar lhe confere também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita a construção, mas também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.

Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem eqüidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos Velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mal, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.

Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades ou espíritos, que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observe-se que, muitas vezes, os médiuns não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade, essa Entidade não deve ser confundida com os eguns ou obssessores, apesar de transitar na mesma Linha das Almas, ficando sob o seu controle e comando os Kiumbas, espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados pelos Exus para que consigam a evolução através de trabalhos espirituais feitos para o bem.

Exu gosta de rir, brincar com as pessoas. Gosta de beber e fumar, e ao contrário do que muitos pensam, a bebida e o fumo são peças de aproximação. Caso não tenha bebida, ou fumo, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade e ajudar àqueles que precisam.

Correntes antigas montaram uma hierarquia para os Exus, relacionando 7 Exus principais, considerados como os 7 chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus, que compõem as suas Falanges, sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7, seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 em 7.

Os Exus guardiões mais conhecidos são: Sr. Exu Tranca Ruas, Sr. Exu do Lodo, Sr. Exu do Ouro, Sr. Exu Sete Encruzilhadas, Sr. Exu Marabô, Sr. Exu 7 Catacumbas, Sr. Exu Capa Preta, Sr. Exu João Caveira, Sr. Exu Tiriri, Sr. Exu Veludo, Sr. Exu Gira Mundo. Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas. Muitas vezes temido, muitas vezes amado, mas sempre alegre e honesto, combatendo a maldade no mundo.