domingo, 16 de setembro de 2007

A ESPIRITUALIDADE NA UMBANDA DO TERCEIRO MILÊNIO – Parte IV


O Centro é uma casa onde todos devem ter o mesmo objetivo – a caridade. Devemos aceitar e respeitar o outro, colaborando para que todos, a cada dia, aprendam mais sobre si e sobre a caridade. Dar um sorriso, ouvir ou dar um conselho independem da incorporação. Os Guias não são melhores que a gente, eles apenas estão em outro plano e em seu processo de evolução, ninguém é melhor do que ninguém. Com a união de todos em sintonia, na mesma vibração, permitimos que a assistência, receba ajuda em qualquer gira em que escolha participar.

O Babalorixá tem o papel de dirigir os trabalhos da Corrente, que é uma só, quanto mais unida, mais forte, portanto sua sintonia é vital para o sucesso dos trabalhos. Jesus disse que somos todos irmãos, e irmão é irmão em qualquer lugar, imaginem dentro de uma casa que prega a caridade ao próximo. Viver é estar em sintonia.

Na Umbanda do Terceiro Milênio vamos buscar a purificação e o afastamento de apetrechos e roupas especiais. Vamos buscar mais simplicidade.

Dividir o espaço, apenas com quem gostamos, é muito fácil e pouco. Para quem busca a Umbanda para crescer espiritualmente, a presença do outro deveria sempre ser uma festa. Para conhecer o outro é necessário abrir-lhe espaço. É muito importante deixar o outro ser ele mesmo, sem medos, sem exigir que corresponda ao que esperamos dele. Na Umbanda, nunca devemos precisar de agradecimentos para fazer a caridade.

A responsabilidade do trabalho espiritual é uma responsabilidade de todos que pertencem à corrente. É necessário ter bons pensamentos, alimentando boas vibrações, sempre disponível para ajudar a todos da corrente ou da assistência. É muito pouco nos colocarmos em vibrações somente durante os trabalhos dos Guias do Babalorixá, devemos vibrar em todo e qualquer trabalho de qualquer Entidade que veio para nos auxiliar ou auxiliar a um irmão nosso.

As mensagens das Entidades acontecem de diferentes formas, não importando muito a forma da incorporação. Devemos lembrar que para os Guias, também não é fácil se utilizar de nosso corpo, de nossa mente, levando em conta nossas particularidades. No entanto, o Guia pode fazer alterações corpóreas, o que importa é que sempre aprendemos com eles. Para tal, é necessário que o médium deixe fluir, não importando se o atendimento é realizado com ou sem consciência. Importante ressaltar, que as energias são utilizadas de acordo com a necessidade do assistido também.

Quando em estado corpóreo, o corpo do médium continua funcionando normalmente, ele não pára de trabalhar. O médium pode pensar, sentir e agir. Duvidar da incorporação faz o médium agir com animismo, isto quer dizer, com mistificação. O espírito de luz não precisa provar que está presente. Algumas pessoas só acreditam na manifestação se a mesma se dá fora de nossos padrões sociais, com gritos, saltos. Se esta for a crença do médium ele se coloca no nível energético do obsessor.

A exigência da incorporação, para praticar a caridade, desgasta tanto o médium, que tem fé, quanto aos Guias, além de atrasar o desenvolvimento espiritual do médium. O médium identifica a energia que sente no corpo, sente o choque espiritual e não deve esperar grandes alterações e/ou efeitos.

Há afinidade entre o médium e os seus mentores, ocasionando transmutações físicas e sanguíneas na incorporação. Quando um médium consciente, em estado incorpóreo, presta atendimento à assistência, ele deve colaborar no trabalho do Guia, seja no que for, sendo que o Guia atuará para o mesmo esqueça parte da ajuda prestada. Assim, o médium não conseguirá lembrar tudo o que viu ou ouviu.

Nem sempre a mensagem precisa ser passada pelo Guia, muitas vezes, o médium pode passar a mensagem, oportunizando seu próprio espírito à prática da caridade, em colaboração com o Astral. O médium não deve intimidar-se em deixar de dar uma mensagem, que sente que poderá ajudar ao outro. Nas giras, o médium deve ter o propósito e a disposição de entregar seu corpo ao Guia, e a alma a Deus.

A fé sem obras está morta. Então busque sempre fazer a caridade ao seu redor, para todos aqueles que cruzarem o seu caminho. Deixo aqui um pensamento de São Tomás de Aquino, italiano, que foi teólogo e frade, sendo proclamado santo pela Igreja Católica, demonstrando que para a espiritualidade não há divisão entre as crenças, nós humanos é que nos dividimos muitas vezes por orgulho. Segue:


“Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade.”

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