sábado, 15 de setembro de 2007

A ESPIRITUALIDADE NA UMBANDA DO TERCEIRO MILÊNIO – Parte III


É preciso vomitar a arrogância e reconhecer os erros. Transformar-se, com ou sem religião. Feliz daquele que sabe quem é Deus e pratica a caridade. Precisamos aprender a fazer doação, não estou falando aqui, apenas da doação material, que muitos necessitam, mas da doação de si mesmo! De seu tempo, de seus ouvidos, de sua compreensão, de seu amor! Ninguém é tão pobre, que não possa doar coisas imateriais, todos têm muito para dar, mas normalmente querem apenas receber...

A caridade não tem preço. Quem faz a caridade não deve esperar agradecimento, não deve cobrar e nem negociar! A caridade vem da alma, portanto, é gratuita! A caridade não tem dimensão. As Entidades de Luz não tem obrigação de realizar as vontades das pessoas. Muitos reclamam de se doar, mas estão sempre cobrando de seus guias, que eles resolvam todos os seus problemas, inclusive os materiais, e eles não tem essa responsabilidade. Eles nos amparam nos fortalecem, nos iluminam o melhor caminho, a melhor escolha, mas a responsabilidade de se trilhar o caminho é nossa!

É muito pouco solicitar assistência aos Guias, isto é comodismo e não motivação para fazer a caridade e se desenvolver espiritualmente. Precisamos buscar o nosso potencial de ação. Outra coisa importante de se refletir, é que nem sempre nossos pedidos são atendidos pelos Guias, por que será? Devemos sempre nos perguntar, antes de reclamar que eles não nos ouviram. É importante avaliar os elementos que contribuíram para que nossa solicitação não fosse atendida, e nessa avaliação, perceber as coisas ao redor, a nossa própria ação, ao invés de se considerar abandonado pelos Guias. Eles nunca nos abandonam, nem mesmo quando erramos e nos afastamos conscientemente deles, eles apenas respeitam nosso livre arbítrio, e aguardam, com tristeza na alma, a nossa decisão em retornar ao caminho da luz, e eles estarão sempre lá, nos aguardando ansiosamente e torcendo pelo nosso progresso.

Precisamos aprender a amar. Gostar é pouco e enjoa. Feliz daquele que sabe amar a todos, indistintamente. Todo ser humano carrega dentro de si, uma fera e uma criança, precisamos aprender a domar a fera e amamentar a criança. Só assim aprenderemos a amar, amando a todos, sem enjoar.

O amor gera respeito, resignação, sonho e ilusão e feliz o homem que sabe usufruir, pois o outro é muito importante em nossa vida, devendo ser amado. Se soubermos amar, nunca sentiremos solidão. Amar é simples.

O questionamento é natural no ser humano, porém temos perguntas que não serão respondidas neste plano, neste mundo. Como já dizia o sábio William Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vão filosofia. Sabemos que há, mas não temos acesso a todas as informações, nem por isso eles deixam de existir. A ciência tem evoluído muito neste sentido, e muitas coisas que se achavam impossíveis no passado, são corriqueiras atualmente, nem ao menos, conseguimos viver sem elas, como o computador ou o celular, por exemplo. Portanto, mesmo que não saibamos, há muito para ser descoberto, e saberemos no momento certo.

Jesus disse: “Não julgueis para não ser julgado”. É arrogância dizer que o outro errou. Percebemos os erros dos outros, sem perceber o nosso, por orgulho e o orgulho é o caminho do erro.

Muitas vezes julgamos sem ter todos os fatos. Melhor pensar, se eu estivesse no lugar dessa pessoa o que eu faria? Mesmo assim, não teríamos a certeza do que faríamos, um bom exemplo é um assalto: todos dizem que fariam isto ou aquilo, julgam que a pessoa foi louca ou calma demais, mas todos que passaram por um assalto, se surpreendem com a própria atitude, porque na verdade, não sabemos o que faríamos, sem ter vivido a situação, portanto porque julgar o outro? Com que direito? Já que talvez fizéssemos igual, ou até pior. Não temos como saber a batalha íntima que se trava dentro de um ser, num momento de conflito. Dizer que alguém errou ou que tem este ou aquele defeito é fácil, porém não estamos olhando com amor, pois quando temos amor, apoiamos e compreendemos, e não julgamos.

O médium pode superar suas carências e melancolia, percebendo-se em diversas situações, pois nossas energias fluem de maneira diferente em cada momento específico, onde apresentamos diferentes estados emocionais. Em cada noite as estrelas estão diferentes e temos em cada dia uma nova oportunidade. Quando não conseguimos perceber o quanto acordamos diferente em cada novo dia, ainda não nos conhecemos bem o suficiente, e consequentemente também nós não temos como conhecer o outro. Perceber-se é o primeiro passo para se perceber o outro.

Precisamos aceitar o outro como ele é, dentro ou fora do Centro. É imprescindível aprender a trocar, aceitar a vida e amar. Para quem quer participar da Umbanda é preciso estar comprometido com a religião, com responsabilidade, cumprindo as obrigações necessárias, buscando sempre aprender e crescer espiritualmente, através da reforma íntima como já comentei.

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