sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A ESPIRITUALIDADE NA UMBANDA DO TERCEIRO MILÊNIO – Parte II


Precisamos aprender a conviver com o outro, buscando o que se tem de bom para a convivência. Não devemos olhar os defeitos, nossos ou dos outros, sem ter foco no objetivo principal, que é o de aprender com eles. Busquemos não nos relacionar apenas por interesses próprios, visando sempre o bem de todos, inclusive o nosso.

Todos nós temos qualidades e defeitos, logo, devemos procurar focar nas qualidades dos outros, assim, podemos ser mais amigos, mais próximos, entendendo mais o que o outro gosta e o que não gosta também, o que precisa e o que não precisa. Desta forma, além de nos tornarmos seres humanos melhores, iremos exercer o papel esperado por um médium, que é o de fazer a caridade. Precisamos agir sempre com respeito mútuo. Todos desejam ser respeitados, e comportamento gera comportamento, portanto, agindo desta forma, respeitaremos e obteremos o respeito de todos.

Podemos não gostar de alguma coisa que alguém nos disse ou fez, sem por isso, deixar de gostar da pessoa. Quando isto acontecer, podemos procurar conversar sobre o fato, pois o diálogo é o remédio para quase todos os problemas de relacionamentos. Com o diálogo, esclarecemos muitos mal entendidos, pois, às vezes, por uma palavra mal colocada, ou um gesto impensado, colocamos relacionamentos carinhosos e antigos a se perderem, onde só encontramos sofrimento e mágoas, que não levam a nada. Precisamos não confundir o que a pessoa é, com o que ele fez, e mais ainda, permitirmos que ela tenha uma chance de se explicar, pois levem em conta, que pode ter sido apenas um problema pontual, sem grandes conseqüências, mas que se reverte em ruptura, caso não dialoguemos. Todos terão a ganhar com isto, principalmente você!

Nosso papel é caminharmos de mãos dadas, pois Jesus falou que todos somos irmãos, imagine então, o quanto isto fica mais forte, com relação aos amigos! Chamemos sempre para o diálogo, com o propósito de esclarecer, ajudar e a obrigação de caminharmos juntos!

A solidão é o pior castigo. O sofrimento enobrece a alma no contato com o mundo exterior, e será inevitável o conflito, pois somos seres universais únicos! Cada um com suas características, ansiedades, medos, traumas anteriores, manias e educação diferenciada. Vocês podem imaginar a riqueza da troca com tantas pessoas diferentes? É imperdível! Se pensarmos assim, o sofrimento fica bem menor perto dos ganhos obtidos com os relacionamentos. Pensem em todos que já passaram pela sua vida, cada um deixou uma marca, um aprendizado, por que desperdiçar isto?
Precisamos lapidar a nossa alma, fazer a reforma íntima, valorizando cada décimo de segundo de nossas vidas. Dessa forma, conseguiremos encontrar nosso eu profundo, através de nossa educação interna. Observa-te a ti mesmo como o faria teu pior inimigo, assim tornar-te-ás teu melhor amigo. Devemos valorizar as pequenas coisas, aprendendo a reconhecer a importância delas, sem exigir recompensa para nossos atos. Saibam que esta reforma íntima é mais importante do que se preocupar em ter uma religião, se preocupar com os Guias ou até mesmo com os Orixás, porque no fundo, o que eles esperam de nós, é esse crescimento de nosso eu interior.

Confúncio já dizia: não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros. E de nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos. Existe um provérbio africano que diz que nunca se esquecem as lições aprendidas na dor. Muito profundo este provérbio, pois ele encerra uma verdade, que é justamente sobre o que estamos falando, é na dor que burilamos nossa alma, é na dor que crescemos e aprendemos novas lições, pois a vida é perfeita. Anatole France, escritor francês, falou que se sabendo sofrer, sofre-se menos, ele quis dizer exatamente isto, que se aproveitarmos o sofrimento para a aprendizagem, não sofreremos tanto e, ainda seremos melhores, e todos sabem, por experiência, que quanto maior são as dificuldades a vencer, maior é a nossa satisfação. Em cada lágrima derramada descobrimos uma nova verdade e, a paciência que adquirimos se soubermos sofrer, torna mais leve o que a tristeza não cura. A dor possui um grande poder educativo: faz-nos melhores, mais misericordiosos, mais capazes de nos recolhermos em nós mesmos e persuade-nos de que esta vida não é um divertimento, mas um dever.

Andrew Carnegie foi um empresário escocês e filantropo, ele escreveu à Napoleon Hill, escritor americano um pensamento muito conhecido, que tem tudo haver com o que estamos falando, ele escreveu o seguinte:

”Dois importantes fatos, nesta vida, saltam aos olhos; primeiro, que cada um de nós sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segundo, que cada adversidade, traz consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrei homem algum bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que um homem supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade.”

Concordo com ele e acrescento que certas derrotas preparam-nos para grandes vitórias. Querer coisas boas e ter esperança na vida é o que Jesus espera de nós! Não devemos agir como mortos-vivos, pois esta atitude é pior do que morrer. Os covardes morrem muitas vezes antes da morte. Não existir pela ausência da ação ou por ter esvaziado seu sentido, isto é obscurece a ação. É preciso recuperar a esperança, como a tem a criança.

Nenhum comentário: