quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A ESPIRITUALIDADE NA UMBANDA DO TERCEIRO MILÊNIO – Parte I


A vida nos obriga a aprender. Ela é fria, quando falta calor humano, e é obscura, quando falta amor. Qualquer falta que sentimos na vida, seja de amor, de dinheiro, de paz, costuma-se cobrar dos Guias, mas a quem realmente devemos cobrar?

O espiritismo é a lapidação interna, é a busca do eu interior profundo, portanto precisamos nos conhecer e assumir nossas qualidades e nossos defeitos... Além disso, precisamos fortalecer nossas qualidades e eliminar nossos defeitos, pois Umbanda é reforma interior.

O ser humano se apega à dor ou àquilo que não possui. Normalmente não fala de alegria, apenas reclama e reclamação é um hábito muito ruim, para nós mesmos e àqueles que nos rodeiam, quem gosta de conviver com pessoas que reclamam muito? Ninguém! Porém, nos esquecemos disso e reclamamos, muito! Importante ter consciência que no sofrimento existe aprendizagem. É nele que adquirimos virtudes tais como: resignação e benevolência.

Há muitas formas de amar, todos os dias, descobrimos novas formas de demonstrar amor ao próximo, e existem inúmeros caminhos para se entregar ao amor. Porém, a dor é a mesma para todos. Ela é igual sempre, não há muita diferença, tanto no coração, na alma, como a física, no corpo. Não precisamos levar uma surra para entender a dor de alguém que apanhou, sabemos bem como ela é. Porém, temos inúmeras formas de tranqüilizar uma pessoa que passou por esse sofrimento. Deus em Sua benevolência desejou nos demonstrar como é a dor, sem dúvidas, para que não façamos aos outros, o que não gostariam que nos fizessem, pois ninguém pode alegar que não sabia...

Vivendo neste plano astral, quando as coisas não acontecem como queremos, ou nos encontramos em uma situação difícil, principalmente em contato com a dor, não dimensionamos a nossa colaboração, o quanto somos responsáveis por aquela situação, mas duvidamos dos Guias Espirituais, pensando que eles não estão nos ouvindo, nos ajudando, quando na verdade deveríamos pensar os por quês? Porém, buscar os por quês internos, em nossa responsabilidade, ou seja, o que tenho feito para passar por isto, ou ainda, o que preciso melhorar para sair disto? O que o Pai Maior está me mostrando com essa dor, que eu ainda não consegui superar? O que Ele quer me ensinar? É exatamente nessa reflexão que nós econtraremos todas as respostas, portanto, é no caminho da reforma íntima que devemos trilhar, e não no da reclamação, isto se quisermos evoluir como ser humano.

Umbanda é muito mais que passe espiritual, que Guias, trabalhos ou energia. Umbanda é relação de troca, é um dar e receber constantes, é o que eu espero e o que eu posso fazer para ajudar ao próximo e a nós mesmos, buscando sempre se questionar internamente, visando o próprio crescimento interior, e não responsabilizar os outros, muito menos os Guias, quando nossa vida não está do jeito que queremos.

Reflitamos sobre isto, pois é muita arrogância nossa, acreditar que os outros sejam responsáveis por tudo o que nos acontece. Como fica nosso livre arbítrio? Fazemos escolhas o tempo todo, portanto, devemos pensar se elas são boas ou não, se quisermos evoluir espiritualmente e a Umbanda poderá ajudar, e muito, amenizando nossos problemas. Nossa arrogância nos cega e nem conseguimos perceber, ou não nos lembramos, que a energia dos Guias depende da colaboração do médium, quanto mais ele evoluir, mais os Guias poderão trabalhar melhor, pois eles estão aqui para nos ajudar, dependendo de nossa pureza de coração, humildade e caridade.

Por outro lado, existem aqueles que se deixam fascinar pelos Guias e isto também é prejudicial. Eles não advinham e não são magos. Eles têm sensibilidade para perceber as carências das pessoas e as ajudam com maestria, porém eles terão mais facilidade neste trabalho, quanto mais evoluído for o médium, tanto nas virtudes, quanto nos estudos. Os Guias se utilizam de todas as potencialidades do médium, inclusive as desconhecidas para o próprio, mas ele tem a responsabilidade de evoluir cada dia, estudando, questionando, buscando as respostas para as suas dúvidas e fazendo a caridade ao próximo, principalmente sua reforma íntima, que a maioria se esquece.

Devemos na Umbanda, buscar evolução para conseguir a humildade e a sabedoria da transformação, que nos auxilia a praticar a caridade como doação, para nada precisarmos em troca, ao desejar o bem ou trabalhar pelo apoio dos outros.

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