quinta-feira, 5 de julho de 2007

ORIGEM DA UMBANDA

A Umbanda é produto de uma evolução religiosa. Suas origens encontram-se nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado. E a sua implantação, em nossa terra, deu-se com a fusão das práticas, dos conceitos e das crenças dos negros, do branco e do índio.
Toda essa complexa mistura, que o leigo chama de baixo espiritismo, "macumba" e magia negra, era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado dos planos espirituais superiores, feito pelos espíritos que se apresentavam como caboclos, pretos-velhos e crianças. O termo Umbanda, que eles implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente, é um termo sagrado que significa, num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus.

Os cultos africanos, passo inicial da formação da Umbanda, foram extremamente influenciados pelos povos que dominaram a África desde 900 a.C.. Os egípcios, indianos, cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos, árabes, turcos, etc., deixaram "marcas" de sua influência nos chamados "puros" cultos africanos. Podemos exemplificar citando o turbante (origem indiana), o pano da costa (origem árabe) e a figa (origem turca) como sinais lógicos da presença desses povos dominadores.

As bases da Umbanda no Brasil começam por volta de 1530 com a escravatura desordenada e em massa de diversos cultos, nações e línguas de negros africanos, ocasionando uma mistura de concepções religiosas.

Torna-se imperioso, antes de nos ocuparmos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX , da única e genuína Religião Brasileira.

Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de beleza deslumbrante, e já habitada por nativos. A estes aborígenes, os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram de índios.

Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convivência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam ali por motivos pouco nobres. O relacionamento, até então pacífico, começa a se desmoronar como um castelo de areia.

São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na lavoura. Reagem, resistem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz desembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtração da própria vida.

Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, desencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como encarnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos.

De outra parte, a igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, investe covardemente para eliminar as religiosidades - negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são enviadas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos.

O espiritismo chegou ao Brasil por volta de 1873 e contribuiu, na formação da religião umbandista, com sua influência doutrinária e explicativa dos fenômenos mediúnicos, do karma, da reencarnação, do conceito de espírito-guia e da evangelização da religião através do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" de Allan Kardec.

Em fins do século passado, existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de culto que denotavam, nitidamente, a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida pelos escravos. A magia dos velhos africanos, transmitida oralmente, através de gerações, desvirtuara-se mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal onde, existiram sempre os feitiços, as rezas e as superstições.

Macumbas - mistura de catolicismo, feiticismo negro e crenças nativas, multiplicavam-se, tomando vulto à atividade remunerada do feiticeiro. O "trabalho feito" passou a ordem do dia, dando motivo a outro, para lhe destruir os efeitos maléficos, generalizaram-se os "despachos", visando obter favores para uns e prejudicar terceiros; aves e animais eram sacrificados, com as mais diversas finalidades; exigiam-se objetos raros para homenagear entidades ou satisfazer elementos da baixo astral.

Os Mentores do Astral Superior, porém, estavam atentos ao que se passava. Organizava-se um movimento destinado a combater a magia negativa que se propagava assustadoramente; cumpria atingir, de início, as classes humildes, mais sujeitas às influências do clima de superstições que imperava na época.

Formaram-se então, as falanges de trabalhadores espirituais, que se apresentariam na forma de Caboclos e Pretos Velhos, para mais facilmente serem compreendidos pelo povo. Nas sessões espíritas, porém, não foram aceitos: identificados sob essas formas, eram considerados espíritos atrasados e suas mensagens não mereciam nem mesmo uma análise. Acercaram-se também dos Candomblés e dos cultos então denominados como "baixo espiritismo", as macumbas. É provável que, nestes, como nos Batuques do Rio Grande do Sul, tenham encontrado acolhida, com a finalidade de serem aproveitados nos trabalhos de magia, como elementos novos no velho sistema de feitiçaria.

A situação permanecia inalterada, ao iniciar-se o ano de 1900. Como se sabe a história nunca se faz com rupturas drásticas entre um período e outro. Assim também aconteceu com a Umbanda. Ao longo das décadas de 40, 50, 60 e 70, vários autores começaram a buscar dar maior consistência doutrinária à Umbanda. Porém, como todas as coisas ocorrem em seu devido tempo, todas as tentativas pecaram por buscar explicações para as origens e os princípios de Umbanda em eras passadas, continentes desaparecidos ou em línguas mortas; outro fato que levou a um fracionamento da Umbanda e às misturas, foi a pretensão de cada autor, sacerdote, ou pai de terreiro, de criar sua própria religião, dando um cunho profundamente personalista aos seus terreiros. Cumpriram, no entanto, seu papel ao colocar cada vez mais clara a importância da Umbanda no Brasil.

Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata.

No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes.
O catolicismo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores".

Os Senhores da Luz (Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíritos de boa vontade, que quisessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil.

Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras.

No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, àquela época, capital federal e centro sócio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos.

Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.

Sou uma estudiosa, curiosa, e com muita vontade de entender os por quês... tudo que eu escrevi aqui e que pretendo escrever, é fruto de muita leitura, portanto muita cópia de vários mestres e pessoas iluminadas que me ajudaram a ter uma melhor compreensão da vida e de seus percalços, passando por várias religiões, todas maravilhosas, mas com muitos dogmas, os quais busquei separar, juntando o que havia de comum entre elas - o amor à Deus e ao próximo como a ti mesmo!

Fontes utilizadas:
http://www.guia.heu.nom.br/
http://www.fortunecity.com/

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