terça-feira, 9 de outubro de 2007

DESOBSESSÃO


Desobsessão é o nome que se dá ao tratamento de pessoas que estejam sofrendo de prejudicial interferência espiritual, encarnados ou desencarnados, chamada comumente de obsessão.

A cura da obsessão baseia-se na conscientização do enfermo e do espírito agressor, pois o paciente é o agente da própria cura.

Importante ressaltar, que não existem demônios, ou seja, espíritos dedicados eternamente ao mal, e sim, espíritos simples e ignorantes que se encontram em grau diferente de evolução.

A desobsessão tem suas raízes históricas nos trabalhos de exorcismo, onde o procedimento religioso consistia na pura "expulsão" de demônios. Já na desobsessão o afastamento puro e simples do obsessor não existe, pois requer a conscientização, tanto do encarnado como do desencarnado. O tratamento é realizado com as duas partes envolvidas no processo: o obsidiado e o obsessor.

Jesus sempre alertou a todos que não tornassem a pecar. Ele sempre dizia isso, quando afastava espíritos que perturbavam as pessoas, as alertando com relação a própria vigilância, ou seja – Orai e Vigiai. Com base nesse ensinamento, parte importante do tratamento de desobsessão consiste na reforma íntima do obsediado e daqueles que lhe são próximos, sendo todos orientados a rever seus conceitos de vida, seus hábitos e valores morais.

Para isso é fundamental o esclarecimento através do estudo e a constante renovação interior, por intermédio do controle do pensamento e das ações.
O melhor é evitá-la, e o caminho é o auto-conhecimento.

Através do exercício constante da análise de si mesmo, o ser humano passa a se conhecer, colocando parâmetros entre o que pode e o que não pode realizar. Com isso passa a perceber as induções mentais que não se coadunam com seu modo natural de ser. Quando se conhece, se vigia, não aceitando idéias diferentes das suas. Vivendo de acordo com o ensino de Jesus – Orai e Vigiai.

Paulo de Tarso diz: "Tudo me é possível, mas nem tudo me é permitido". Nos alerta através dessas palavras que tudo podemos fazer com o nosso livre arbítrio, mas nem tudo que fazemos se reverterá em nosso proveito espiritual. A sabedoria do espírito é saber discernir entre o que traz felicidade momentânea ou a felicidade eterna. A opção da escolha é sua, não podendo a ninguém imputar culpa posterior.

O Centro é importante para o tratamento da obsessão. O seu ambiente é impregnado de fluidos salutares que influi positivamente na reforma moral tanto do desencarnado como do encarnado. Além disso, os Espíritos de Luz, que ali se encontram presentes, encaminham os necessitados para os Hospitais e Escolas do Astral, esclarecendo-os de sua real situação e orientando-os a mudarem suas atitudes, buscando um caminho mais saudável.

No livro: “Obsessão, O Passe, A Doutrinação”, de Herculano Pires, o autor comenta que o sofrimento é conseqüência de nossa incompreensão da finalidade da vida. É um livro que vale a pena ser lido, para maiores esclarecimentos.

A obsessão se caracteriza pela ação de entidades espirituais inferiores sobre o psiquismo humano, conforme já comentei em textos anteriores, onde abordei o tema obsessão. Relembrando, Kardec distinguiu, em suas pesquisas, três graus do processo obsessivo: obsessão simples, subjugação e fascinação.

No primeiro grau a infestação espiritual atinge a mente causando perturbações mentais, no segundo grau amplia-se aos centros da afetividade e da vontade, afetando os sentimentos e o sistema psicomotor, levando o obsedado a atitudes e gestos estranhos e tiques nervosos e, finalmente no terceiro grau, afeta a própria consciência da vítima, desencadeando processos alucinatórios.

As causas da obsessão decorrem de vários fatores, dos quais os mais freqüentes são os problemas reencarnatórios, tendências viciosas, egoísmo excessivo, ambições desmedidas, aversão a certas pessoas, ódio, sentimentos de vingança, futilidade, vaidade exagerada, apego ao dinheiro e assim por diante. Essas disposições da criatura atraem espíritos afins que a envolvem e são aceitos por ela como companheiros invisíveis. Os espíritos obsessores não são os únicos culpados da obsessão. Geralmente o maior culpado é a vítima.

Na Antigüidade a obsessão era tratada com violência. As práticas do exorcismo, até hoje vigentes no Judaísmo e no Catolicismo, destinam-se a afastar o demônio de maneira agressiva e violenta.

No Espiritismo o método empregado é o da persuasão progressiva do obsessor e do obsedado. É o que se chama de doutrinação, ou seja, esclarecimento de ambos à luz da Doutrina Espírita. Não se usa nenhum ingrediente especial. Emprega-se apenas a prece e a conversação persuasiva. Esclarecido o obsedado, atinge-se o obsessor, que ficam, por assim dizer, vacinados contra novas ocorrências obsessivas.

Na Umbanda, o processo é semelhante, também há doutrinação do obsessor e orientação de reforma íntima para o obsedado, porém trabalha-se com energias mais densas, e o espírito tem mais liberdade para falar. Os caminhos são diferentes, mas levam ao mesmo lugar – à Jesus, ao amor, à caridade, sempre buscando auxiliar o nosso próximo, com mensagens de fortalecimento, de alento e de mudança de hábitos para uma renovação interior.

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