quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O trabalho de um grupo espírita - Parte I

Vamos tratar mais precisamente de um assunto prático, relacionado com nosso trabalho comum no grupo. É o seguinte: nós sabemos que toda vez que se organiza um grupo espírita de trabalho, acontecem duas coisas no mundo espiritual; devem acontecer outras que não sabemos. É que lá se organiza também, ou já está organizado antes do nosso aqui, um núcleo de auxílio daqueles espíritos que vão colaborar conosco, que vão nos auxiliar. Esses espíritos se dividem, aparentemente, em dois grupos: uns são aqueles que não se manifestarão, são os espíritos que dirigem, que superintendem o trabalho do grupo e que procuram orientá-lo através de intuições e de mensagens, ou conselhos, dados por outros espíritos. E temos o segundo grupo, que são esses outros espíritos mais ligados a nós, que se manifestam, os que se comunicam na sessão, ajudando-nos, trazendo-nos seus auxílios, seus conselhos, sua orientação e assistindo-nos mesmo na doutrinação e nos trabalhos de desobsessão.

Mas, de outro lado, isso acontece naturalmente no plano dos espíritos mais elevados. Do outro lado, o dos espíritos mais inferiores, também se organiza um grupo que tem a finalidade de atacar o grupo espírita formado aqui na Terra, e de procurar destruí-lo. Isso é constante, é uma rotina; sempre que se organiza um trabalho espírita acontece isso. Então, há os dois lados — nós estamos no mundo relativo —, o do mundo do bem e o do mundo do mal, os dois lados estão em ação.

AÇÃO DOS ESPÍRITOS NEGATIVOS

Geralmente, a ação dos espíritos que querem perturbar e destruir começa, às vezes, através de atitudes agressivas, violentas, bem visíveis, bem palpáveis; mas quando eles vêem que essa atividade não produz o resultado necessário, eles passam a usar outra tática, a tática de infiltração silenciosa, sem alarde, procurando criar problemas pequeninos, que vão se espalhando aos poucos no meio do grupo espírita. Eles usam também uma tática de sugestão interessante, que é a de criar o desânimo nas pessoas que freqüentam o grupo e, às vezes, não obtém exatamente os resultados que desejam, porque estes, naturalmente, nem sempre são imediatos; às vezes são, mas às vezes demoram muito a se manifestar; então, eles usam também a tática do desânimo, fazem com que as pessoas desanimem e se afastem das reuniões.

Além dessa tática do desânimo há uma outra, que é a de criar certos atritos, provocar desavenças ou suspeitas no grupo, insinuando-se um pensamento num indivíduo de que o outro não está gostando da cara dele – parece uma coisa absurda, que a pessoa repele, mas aquilo, às vezes, vem novamente, com insistência. Ao mesmo tempo em que acontece isso, as entidades espirituais negativas procuram também provocar naquele outro, que está sendo visto como de má cara, através de sugestões, de certos assopros, o Espírito Santo de orelha, certas expressões, maneira de tratar, às vezes, um olhar, um tom irônico para o outro, que vão incentivando esse pensamento. Então, vão surgindo as pequenas desavenças, os aborrecimentos e as antipatias dentro do grupo.

E, se nós não estivermos alertas, isto é suficiente para destruir um grupo, porque dali a coisa vai crescendo – me lembro agora uma imagem, uma figura de Homero na Ilíada; ele dizia que, na frente das tropas gregas que avançavam para a batalha, ia a discórdia, e que, no começo, a discórdia era pequenininha, era como uma menininha que ia correndo na frente dos soldados; mas, na proporção que as tropas iam avançando, a discórdia ia crescendo, crescendo e quando chegava a hora da batalha, muitas vezes ela destruía as tropas antes do inimigo. É uma imagem bem expressiva, que nos dá idéia daquilo que acontece em todas as aglomerações humanas, particularmente em grupos de trabalho, grupos que têm finalidade certa, precisa e séria; aí essas forças negativas sempre se infiltram e trabalham incessantemente.

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