quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O trabalho de um grupo espírita - Parte II

OS ESPÍRITOS PROTETORES

Então, podemos dizer, e os espíritos protetores, aqueles que estão organizados para nos amparar, nos auxiliar e nos defender? Não fazem nada? Sim, eles também fazem, também trabalham, também se aproximam de nós e procuram tirar aquelas sugestões, procurando nos dar idéias boas. Mas acontece que nós somos criaturas humanas ainda bastante imperfeitas, nós não precisamos muito para ver a nossa imperfeição. Se não quisermos olhar para nós mesmos, o que não é muito conveniente, muito agradável, olhamos para os outros, olhamos para a humanidade em geral; basta pegarmos um jornal e lermos o noticiário, ou então ligarmos a televisão ou o rádio e vermos o que vai pelo mundo, como procedem as criaturas humanas.
Então, vemos como as nossas imperfeições são grandes, como são muitas, são imperfeições que não decorrem absolutamente da nossa natureza espiritual, decorrem apenas da nossa condição humana na Terra. Porque nós, como espíritos, não somos, na verdade, imperfeitos, nós somos perfeitos – esse é um problema um pouco difícil de se tratar, mas vamos ver se conseguimos dar uma idéia.

Nós somos perfeitos porque Deus nos cria como potências. Deus não nos cria em ato, ele nos cria com potencialidades. Sendo assim, nós temos, no nosso espírito, todas as condições necessárias para a perfeição, que está no nosso espírito. Mas é preciso que estas potencialidades desabrochem, transformem-se em realidade. E nós, então, mergulhamos na matéria, tomamos um corpo denso e nos ligamos a outro ser, que não o nosso próprio ser. Eu sei que o assunto é meio complexo, mas qual é esse outro ser que não é o nosso próprio ser? É aquilo que, no Livro dos Espíritos, Kardec designa como o ser do corpo. Isto é muito interessante, porque é uma realidade para a qual pouco se atenta, pouco se dá a atenção.

O CORPO

Nós somos um ser, mas um ser espiritual, e o nosso corpo não é, como nós costumamos pensar, um instrumento amorfo, indiferente, um instrumento tal qual um aparelho de metal. Não, o nosso corpo é constituído de elementos carnais, como toda estrutura necessária para o funcionamento do corpo animal, mas é dotado de vitalidade própria, ou seja, o princípio vital está no corpo.

Então, este corpo representa um organismo vivo, um instrumento vivo, ele tem a sua própria vida, que lhe é dada naturalmente pela condição dupla da matéria – nós sabemos que toda matéria é matéria e espírito, então, existe aquela vitalidade natural do corpo. Essa vitalidade natural do corpo, e todas as conseqüências hereditárias, todas as heranças que o corpo adquire da evolução do homem na Terra estão presentes neste ser que é o corpo, o ser do corpo.

Então, nós representamos uma junção de dois seres. Por isso é que eu digo que a própria existência nossa já é um ato mediúnico, porque o corpo é o nosso médium; nós estamos, na verdade, nos apossando de um corpo, dominando esse corpo para nos comunicarmos com os outros no plano material, no plano social. Portanto existe uma nítida relação deste processo com o processo mediúnico.

Assim sendo, esta duplicidade que nós somos se torna bastante complexa e traz para as nossas situações espirituais todas as restrições advindas da condição material, animal, do corpo. As nossas imperfeições, portanto, como criaturas humanas, não são apenas as imperfeições decorrentes da falta de desenvolvimento das potencialidades do espírito, são também as imperfeições decorrentes da união com um corpo de natureza animal, um corpo que traz em si toda a herança animal da Terra, do planeta em que nos desenvolvemos.

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