segunda-feira, 24 de março de 2008

PATUÁ

O Patuá é um objeto consagrado que traz em si o Aché, a força mágica do Orixá, do Santo católico ou Guia de Luz, à quem ele é consagrado.

O uso do Talismã se perde na origem do tempo e confunde-se com a própria história do homem. Era comum o pedido de Patuá por parte dos simpatizantes e, até mesmo por aqueles que temiam o culto afro, para neutralizar os trabalhos de magia negra.

Entre os católicos já era hábito usar um fragmento de qualquer objeto que houvesse pertencido a um Santo, ou a um papa, até mesmo fragmento de ossos de um mártir, ou lascas de uma suposta cruz que teria sido a de Cristo. Até mesmo terra era trazida pelos cruzados que voltavam da Terra Santa, e que utilizavam nos relicários, considerados poderosos amuletos, que deveriam atrair bons fluidos e proteger dos azares. Estes eram chamados de relicários.

O nome de relicário tem origem do latim: relicare - religar, que acabou formando a palavra relíquia.

Logo, o clero percebeu que não poderia impedir o uso dos pátuas pelos negros que os tiravam antes de entrar na igreja, mas voltavam a usá-lo ao afastar-se dela. Decidiram então, substituir o patuá africano, o autêntico, que trazia trechos do alcorão, por outro que trazia orações católicas, medalhas sagradas, agnus dei, uma espécie de medalha com o formato de coração, que abre-se ao meio e encontram-se as figuras de Jesus e Maria, ou ainda, símbolos da igreja tradicional.

Com a formação dos primeiros templos de Umbanda, a possibilidade de um contato mais estreito com diversas Entidades Espirituais, as pessoas que buscavam proteção, começaram a encontrar nesses objetos sagrados, um apoio em algo material, que continha a força mágica vibratória da Entidade que a trabalhara, e que o crente poderia ter sempre consigo. A partir daí, as Entidades de Luz passaram a orientar sua elaboração, indicando quais os objetos que seriam incluídos na confecção do patuá, e como se deveria proceder com elas, para que recebessem o seu Aché, isto é, a Força Mágica.

Os ingredientes mais utilizados para a confecção dos Patuás são as Figas de Guiné, Cavalos Marinhos, Olhos de Lobo (raros e caros), Estrela de Salomão, Estrela da Guia, Cruz de Caravaca, Couro de Lobo, Pelo de Lobo, Santo Antonio de Guiné, Pontos diversos, Orações, Sementes variadas, Imãs, etc.

Não nos esqueçamos que essas coisas singelas não têm nenhum valor se não forem preparadas pelas entidades incorporantes, pois somente elas podem dar o Aché do Patuá.

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