quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Poder e Arbitrariedade


Quem se comprometeu com as verdades espirituais, de sabedoria e de amor, e trilha o nobre caminho da mediunidade a serviço do bem, não pode ser arbitrário e nem se corromper nos meandros do poder!

O que fazer frente a tanta injustiça e a corrupção protegida pelo poder, infelizmente, muitas vezes, em nome de Deus? Nossa responsabilidade é sermos melhores a cada dia mais, melhorando paulatinamente o nosso entorno e, consequentemente, o mundo! Devemos fugir daqueles que apregoam o Bem, mas exercitam o Mal.

Deus nos deu seu Único Filho para sofrer e morrer crucificado como cordeiro. Jesus, Seu Filho, espírito perfeito e puro, era livre para ser e fazer qualquer coisa que desejasse, e escolheu nos deixar uma lição de submissão e perdão aos nossos inimigos! Ele nos mostrou como usarmos nosso livre-arbítrio, isto é, com a consciência de que tudo o que fizermos nos retornará como mérito ou demérito, portanto, somos responsáveis por nossas escolhas e ações.

Jesus foi a própria personificação do Amor Incondicional, numa abnegação sem limites. Nos deixou lições sublimes, tais como, a doçura, a paciência, a compreensão, o perdão, a misericórdia, a simplicidade, a caridade, sem queixas, revides ou acusações. Ele foi nobre e simples e não arbitrário em suas ações e, apesar de todo o seu poder, escolheu exercer a submissão aos seus algozes, e perdoá-los, dizendo que não sabiam o que faziam.

Os primeiros Cristãos, discípulos diretos de Jesus, seguiram o Seu exemplo, sofrendo suplícios indescritíveis, com o custo de muito sangue derramado, entre cânticos de louvores, e felizes pela oportunidade em darem seus testemunhos de fé! Esses sacrifícios não foram realizados por vaidade ou poder, mas sim por amor à Jesus! Eles optaram por uma maneira diferente de se viver, numa época bastante tumultuada, cheia de despotismo e violência. Escolheram a não violência, a submissão e o perdão, fiéis ao bem e ao amor conjugados por Jesus. Apesar de nada terem feito de errado, que merecesse tamanho martírio, não se defenderam, nem se queixaram, nem acusaram os poderosos, que arbitrariamente, os martirizavam, quer dizer, seguiram, voluntariamente, o maravilhoso exemplo de Jesus!

Esses comportamentos, que para muitos reflete fraqueza, requereram muita coragem e fé! Na verdade, são atitudes que nos cabem assumir nos dias de hoje, se queremos vislumbrar um mundo mais humano e mais amoroso do que o triste cenário em que vivemos, entre tantos desmandos exercidos em nome do poder, além de muito arbitrários. Não confrontar o poder, não é se conformar com ele, mas sim, lidar com ele sem arrogância, sem agressividade, com muito amor, através da prática do perdão.

Com certeza, essa não é uma tarefa fácil, mas os exemplos citados, bem como todos os outros, que tão bem conhecemos, exemplos de pessoas caridosas e nobres, mais próximos de nossos dias atuais, nos direcionam ao caminho correto a ser seguido. Se não almejamos o poder, ou, quando no poder, não agimos arbitrariamente, já estamos sendo muito melhores do que já fomos, porém, é preciso uma profunda auto reflexão, sem pudor ou vergonha, para nos avaliarmos sem vaidade, apenas com o intuito sincero de evoluir.

É preciso se perguntar sempre: Desejo o poder? Sinto inveja de quem está acima de mim? Acredito que é injusto eu não ser promovido? Engano as pessoas, com fofocas, injúrias, exagerando minhas qualidades, para ser mais valorizado? Quero o sucesso a qualquer custo? Quero sempre estar com a razão? Adoro competir? Prefiro vencer sempre? Quero ser o mais esperto? Odeio ser criticado? A minha forma de viver, pensar é sempre a melhor? Cada sim, ou, eu tenho um pouco disso, que seja, reflete nosso desejo pelo poder, e quanto mais o desejamos, mais arbitrários somos, seguindo as nossas próprias regras, sem respeito pelo próximo. Percebemos nosso desejo de poder em pequenas coisas, quando disputamos uma vaga no estacionamento, furamos a fila, ou nos irritamos com quem assim o faz. No trânsito então, nem se fala! Viramos verdadeiras feras, quando somos fechados, ou quando desejamos ultrapassar, irritadamente, aquele motorista que está num ritmo diferente do nosso, provavelmente, muito mais em paz consigo mesmo, do que nós... Percebemos também, nossa ânsia pelo poder, em nossa forma de agir em diferentes jogos de recreação, onde nos irritamos quando perdemos, roubamos com a desculpa de que é só uma brincadeira, burlamos as regras a nosso favor, ou seja, somos arbitrários não só nas grandes coisas, mas nas pequeninas também... e essas são bem mais fáceis de serem identificadas... basta apenas sermos honestos e verdadeiros conosco mesmos!

Quem trabalha em prol do próximo, exercitando a caridade através da mediunidade, tem uma responsabilidade maior do que todos, devendo se avaliar constantemente, pois a vaidade e o poder também rondam os grupos que trabalham em nome de Jesus!!! A competição e a briga pelo poder, infelizmente, também estão presentes nas casas de caridade. Uns querendo ser mais que os outros, um médium com ciúmes do outro, e nesse ambiente, que deveria ser de puro amor, além de tudo o que já citei como preocupação necessária contra o poder e a arbitrariedade, acrescento o perigo da obsessão, pois as energias negativas reforçam a nossa vaidade e o nosso orgulho, para destruir os grupos que trazem luz à muitos, pois eles de fato, não desejam o nosso sucesso no Bem! O médium tem um responsabilidade dobrada, já que escolheu trabalhar em nome de Jesus, portanto seu cuidado deve ser redobrado em matéria de poder e arbitrariedade! Onde reine a competição e a briga pelo poder, assim como a arbitrariedade nas decisões, sem respeito ao próximo e com despotismo presente nas relações, não poderá reinar o Amor Incondicional, nem tão pouco a proteção de Nossos Amigos Espirituais. Se queremos trabalhar na luz, precisamos sempre refletir sobre nossas ações e buscar constantemente, nos auto avaliar, nos apropriando de nossas qualidades e, aos poucos, eliminando nossos defeitos. Esse é um caminho seguro de crescimento espiritual!

Fiquem com Deus e que Jesus ilumine as suas escolhas, sempre!

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