sexta-feira, 1 de março de 2013

Refletindo sobre o Medo III


Nos dois últimos textos dissertei sobre algumas raízes do medo, que são: a ansiedade, a baixa autoestima, a falta de amor por si mesmo, a culpa, o ressentimento, o apego às máscaras adequadas aos padrões sociais considerados "certos", que acreditamos, ingenuamente, que nos protegem, o orgulho que nos impede de enxergamos o que precisamos mudar em nós mesmos, a preguiça em assumirmos responsabilidades, a moderação exagerada que nos limita a autonomia, os preconceitos, os julgamentos, a resistência em amadurecer e crescer, a falta de confiança em si e no outro, a falta de controle sobre os próprios pensamentos, mas ainda falta o mais importante, que é a falta de fé. Sim, porque quem tem medo, não tem fé, nem em si mesmo e nem em Deus!

É imprescindível que não tenhamos medo, sabendo que somos protegidos por Deus, e que Ele só dá uma carga a quem a suporta carregar. O medo é um sentimento poderoso, que acolhe o ser humano e, muitas vezes, o leva ao caminho do mal, o medo nos paralisa e nos prende à situações de dor e desespero, mas quando oramos para Deus, Ele nos ajuda imediatamente! O medo, às vezes, é consequência do remorso, que sentimos por faltas cometidas nesta vida e em existências anteriores. A coragem e o amor ao próximo nos aproximam de Deus. O arrependimento é o mais válido dos sentimentos, mas o remorso corrói a alma e é destrutivo. Para isso existe o perdão, devemos nos perdoar e perdoar aos outros, compreendendo seus sofrimentos, bem como caminhar com humildade, nos abstendo de julgar, porque todos nós já erramos.

Tememos tantas coisas, tememos amar ao próximo e tememos perdoar. O perdão liberta e o rancor aprisiona, nos ligando mais ainda à quem mais queremos nos afastar, a vingança nos corrói mais do que a quem queremos ferir, não é preciso apagar a luz de ninguém para acender a nossa. Tememos também nos conhecer profundamente, muito por causa de nosso orgulho, não queremos encarar nossos mais secretos defeitos, nossas mais profundas fraquezas, estamos sempre nos protegendo, nos escondendo em máscaras que só nos afastam de nosso verdadeiro eu interior. É preciso muita coragem para se olhar de forma nua e crua, dói, pois tocamos em muitas feridas que ainda sangram, sentimentos que ainda estão em nossos corações e que foram motivo de desgraças e sofrimentos nesta, ou em outras vidas. É preciso coragem para se conhecer e mudar!

Ter dúvidas é sinal de prudência, de responsabilidade. Quando temos dúvidas, ponderamos, e isso é muito positivo, pois não corremos o risco de dar um passo maior do que nossas pernas. As dúvidas servem para procurarmos o melhor dentro de nós, selecionando pensamentos e ações que nos fortaleçam no bem, nos levando ao equilíbrio. Através das dúvidas, dimensionamos melhor a intensidade dos prazeres que buscamos, evitamos a loucura das emoções e caminhamos na Luz, sem buscar atalhos. Não devemos temer o sofrimento, mas aprender com as situações complicadas que a vida nos impõe, e assim que aprendermos, devemos seguir em frente, esquecendo o passado doloroso, sem mágoas, rancor ou sentimentos de vingança, pelo contrário, devemos buscar nos harmonizarmos com todos, tentando compreender as divergências. Não é um caminho fácil, sem dúvida, pois ele gera muita angústia e ansiedade, mas somente assim, chegaremos ao equilíbrio. Nossa maior aliada nesse processo é a fé, pura e simplesmente! As dúvidas nos levam ao autoconhecimento, e através dele, compreendemos as situações que nos cercam, e as dúvidas nos levam a escolhas, umas sábias outras nem tanto, mas todas as escolhas sempre contém um aprendizado, e em cada escolha positiva fortalecemos a fé em nós mesmos, e quanto mais compreendemos as relações intrincadas da vida, maior a nossa fé de que Deus está no comando de tudo!

O ódio pode atrasar nosso desenvolvimento, alguns ficam presos nele por décadas, outros, pior ainda, ficam presos por diversas encarnações! Tudo por falta de fé em Deus! A vida espiritual trás muitas vantagens aos espíritos, que se sentem mais livres, e há muitos espíritos extremamente inteligentes e espertos, que se utilizam dessas vantagens com maestria! Os locais frequentados por espíritos cheios de ódio e ressentimento são densos, carregados de muita dor e sofrimento, sendo que alguns espíritos, se sentem muito bem lá, nem pensam em buscar as esferas mais iluminadas, o que aliás, muitos nem acreditam que existam... Criam laços de sentimentos com outros espíritos, também desequilibrados, e realizam pactos de vingança, vivendo com medo, carregados por culpas e ressentimentos, muitas vezes com um ódio inenarrável! Eles passam ao lado de Entidades de Luz, que poderiam ajudá-los, amenizando suas dores, mas eles nem ao menos os enxergam... Porém, é importante ressaltar, que não são somente os desafetos do passado que atraem esses espíritos desequilibrados, espíritos com sentimentos parecidos se sentem ligados também, isto é, pessoas com sentimentos negativos como: medos, ódio, ressentimento, sentimentos de vingança, com ausência de humildade e falta de perdão no coração, também atraem esses espíritos, por afinidade de sentimentos, e é então que ocorre, o que chamamos de obsessão! Precisamos sempre vigiar nossos pensamentos e sentimentos, transformando-os através de nossa vontade, para não atrairmos espíritos sem luz para perto de nós, que só farão aumentar nossos sentimentos desequilibrados. Por isso, nossos amigos espirituais sempre nos alertam: "O medo é uma porta aberta para as energias negativas". Com medo, atraímos e convivemos com espíritos maldosos, exacerbamos nossa negatividade e nos desequilibramos, atrasando nossa evolução! Quem tem a alma cheia de amor, não atrai esses espíritos negativos, e quando eles, mesmo assim, resolvem nos influenciar, para destruir nossas boas intenções, acabam por desistir pelo cansaço em não serem ouvidos e nem obterem sucesso, partindo então, para outra pessoa menos avisada e descuidada, para obter sucesso em suas investidas...

O mal que é enviado a qualquer pessoa, só vai instalar-se, se encontrar um ambiente vibratório adequado, isto é, sem amor no coração, ou com medo, advindo de qualquer uma das raízes mencionadas acima. Como já disse, o medo é uma porta aberta, acessível para a entrada do desequilíbrio, e é no ego que a vaidade e os vícios mais baixos do ser humano se instalam. É muito importante orar muito, e manter a firmeza de pensamento no bem e na caridade ao próximo, com muito amor, deixando o medo de lado, pois este é o antônimo da fé e da confiança, principalmente durante os trabalhos espirituais, bem como, após os mesmos, não abrindo brechas para ligações com espíritos negativos. Igualmente, não devemos pensar nos acontecimentos negativos ocorridos, para não os atrairmos novamente... O medo é um sentimento muito usado pelas energias trevosas, uma vez que fragiliza e desestabiliza o corpo emocional, facilitando sua atuação mórbida. A luta contra o mal é constante e diária. As trevas estão vinte e quatro horas de plantão, praticando o rodízio entre diversas entidades negativas, para que sua presa não escape. E eu pergunto, nós estamos vigilantes 100% do tempo? Não adianta rezarmos, se não vigiarmos nosso pensamento, já que o pensamento é energia, e com ele vibramos no campo energético que desejarmos.

O medo é um sentimento muito comum, é como uma neblina densa que nos envolve, nos abraça e não nos deixa respirar, todavia, não teríamos medo se nos conscientizássemos de nossa força mental e espiritual e se tivéssemos toda a fé que dizemos ter. Que luta travamos para poder restabelecer o nosso equilíbrio! Às vezes nossos pensamentos de medo são tão fortes, que não deixam que nos movimentemos. Precisamos acreditar que somos fortes, poderosos, amorosos e iluminados, como filhos de Deus que somos, aí então, nada temeremos. Precisamos acreditar que a nossa luz é capaz de clarear qualquer escuridão e de acalmar a ira de qualquer inimigo, a ponto de torná-lo nosso amigo. Quebrar barreiras, muitas vezes, nos assusta, contudo, saber que somos capazes é muito importante para nosso desenvolvimento pessoal e espiritual. Basta-nos ter fé! A fé é difícil de ser compreendida e mais ainda, de ser praticada. A fé nos torna otimistas, acreditando que somos capazes de transformar as dificuldades em aprendizado, nos livrando de preconceitos e perturbações que adquirimos nas várias encarnações que tivemos, perturbações essas, que quando acumuladas, se transformam em martírios inúteis para a vida. Necessário se faz, que trabalhemos o amor dentro de nós, enfrentando todos os desafios com fé em nós mesmos e em Deus!

A fé remove qualquer obstáculo, por mais difícil que este seja. Ela alimenta o espírito, nos dando mais segurança quanto aos caminhos a percorrer. A fé deve ser inabalável, em qualquer circunstância. A vida terrena é uma escola e estamos aqui para aprender a lidar conosco e com os outros. Sejamos caridosos, principalmente conosco mesmos, tentando nos compreender, aceitando as falhas alheias, sem julgamentos inúteis, que em nada contribuem. Há momentos em nossas vidas, em que acreditamos que o mundo irá desabar, como uma grande tempestade, nessas horas, procuremos manter o equilíbrio de nossas mentes, pois como sempre acontece, após a tempestade vem a bonança. Com fé, perceberemos que a vida é apenas um momento na eternidade!

Acreditamos que temos fé, mas quando sofremos o menor abalo, nossa fé desmorona. Que tipo de fé é esta, que se ressente diante das turbulências? A verdadeira fé é aquela que tudo suporta, injúrias, calúnias, traições, desagravos e, mesmo assim, continua íntegra. Esta sim é a fé real. Como conseguir essa fé? Nos valorizando, descobrindo nossa força interior, que ainda está latente, dessa forma, começaremos a crer. Crendo em si mesmo, transporá qualquer obstáculo, e a sua vida se transformará. O sofrimento já não será um pesar, mas sim, a ponte que precisa ser percorrida com dignidade, com fé na vida eterna, em si mesmo e em Deus! Os desatinos, as atitudes impensadas, são conseqüências da falta de fé e de amor. A incompreensão, também. Convictos de que a vida é feita de bons e maus momentos, sigamos em frente, confiantes, pois tudo é passageiro.

A fé surge toda vez em que não nos sentimos capazes de resolver algum problema, então, apelamos à Deus. Pedimos fervorosamente a Ele que nos auxilie, que nos dê forças, que nos ampare. E quando a ajuda vem, muitas vezes, esquecemos de agradecer, ou quando a nossa graça não foi alcançada, voltamo-nos contra Deus. Ora, que fé é essa? A fé pressupõe a esperança, que nos leva a certeza, que nos trás confiança! Assim, não será mais necessário buscar fora o que está dentro, e a gratidão brotará em nossos corações, pois perceberemos a força de Deus, que a tudo envolve e criaremos coragem e esperança. Fé é simplicidade no caminhar, é crer naquilo que se faz. Fé é tolerância para conosco, com o nosso mau humor, que ocorre muitas vezes, por influência de espíritos sofredores, que sentem satisfação em nos desequilibrar. Controlemos nossas mentes, estudemos sempre, vibrando amor. Isto também é ter fé. Quando assumimos a melhor decisão a ser tomada, usamos a lógica e o discernimento, nos apropriando de nossa força interior com disposição, nos libertando dos medos e inseguranças, vivendo muito melhor. Só os corajosos podem conquistar a fé! Não tenham medo!

A firmeza de pensamento aliada a uma profunda crença em si mesmo, alicerçadas na certeza de que o Pai olha por nós, podem operar maravilhas em nossas vidas. A fé não é uma dádiva, cabendo a cada um de nós, o trabalho de buscar o comprometimento com as conquistas que precisamos fazer, com disciplina e vontade. Acreditar em si mesmo é permitir-se errar, crendo que, depois do erro, aumentamos a nossa capacidade de acerto. Acreditar em si é andar com coragem, enfrentando os obstáculos, vendo-os como oportunidades de aprendizado e, dessa forma, obteremos uma fé verdadeira e inabalável. A fé caminha junto à caridade. A maioria de nós possui uma fé oportunista. Quando a vida complica e não conseguimos soluções, clamamos por ajuda. E essa ajuda sempre vem, porque o poder de Deus é infinito. Porém, os espíritos de luz só conseguirão nos ajudar, quando formos receptivos, confiantes, humildes e crentes na ajuda. Então, conseguimos vislumbrar o caminho e saímos daquela dificuldade, daquele impasse, mas lentamente vamos nos esquecendo daquela fé tão forte que nos moveu, e, novamente, ficamos indiferentes, até que surja um novo obstáculo e nós sejamos mais uma vez confrontados com nossa própria pequenez. Precisamos manter essa fé o tempo inteiro, nos sintonizando com a luz, não que eles não estejam sempre a postos para nos ajudar, mas não encontram sintonia em nosso coração... Triste, não? Só lembramos de Deus... na dor... A fé verdadeira transforma a vida, transforma o jeito de sentir, de pensar e de agir. E quando um ser consegue manifestar a sua fé em todos os seus atos, em todas as suas palavras, ele se torna uno com Deus. E é essa unicidade que nós devemos buscar, trazendo para o nosso dia a dia a fé, a coragem, e a confiança em Deus.

Covardes aqueles que fogem pelo medo, pois querem ir pelo caminho mais fácil e desandam no próprio caminhar. As dores renovam e desenvolvem a força, a coragem e a resignação para que suportemos as provações que escolhemos para a nossa própria evolução. Nosso caminho de luz está diretamente ligado à fé que possuímos. Se o caminhar parece difícil, reavalie suas atitudes, aprendendo com os erros, sempre. A vida ensina a cada instante. Pense nisso, não esquecendo de praticar o bem, fortalecendo a fé que já existe dentro de você! Sem medos... Fiquem em paz!

Nenhum comentário: