sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amor-Próprio


Amor-próprio é muito confundido com egoísmo. Importante esclarecer essa confusão.

Egoísmo é querer que os outros ficassem a nossa disposição, realizando coisas para nós, do nosso jeito. É querer tudo para si, em detrimento da vontade ou da necessidade dos outros.

Amor-próprio é se amar, é ter amor por si mesmo, é colocar-se em primeiro lugar, é posicionar-se a favor de si próprio, é tomar posse de si mesmo. É ser franco e ter opinião própria. É saber dizer "não", quando assim o desejar, sem permitir que os outros decidam a sua vida, sem deixar que os outros passem por cima de sua vontade. Enfim, é ser assertivo, se posicionando com educação, sem invadir o espaço do outro e sem se deixar invadir.

Quando fazemos o que os outros desejam, naturalmente, esperamos que eles façam o mesmo, ou seja, que eles façam aquilo que esperamos e desejamos. Quando isso não acontece, nos irritamos, exigimos retorno, ou nos magoamos, nos frustramos, acreditando termos sido enganados, quando na verdade, iniciamos o processo de negociação de nossa vida, de maneira errada, isto é, não agimos como gostaríamos de agir, mas sim, agimos como os outros esperam. Temos mania de tentar agradar a todo mundo para sermos recompensados, e o pior, é que muitas vezes deixamos de fazer o que gostaríamos para agradar alguém, e quando não agradamos, passamos a nos sentir incompreendidos, injustiçados, nos colocando na postura de vítimas. Na verdade somos responsáveis pelas consequências de nossas decisões equivocadas.

Precisamos ouvir o nosso coração e sentir o que realmente desejamos para nós mesmos, dessa forma, não ficaremos mais esperando que os outros satisfaçam as nossas necessidades. O pior de tudo é que fazemos tanto o que esperam de nós, agradamos tanto aos outros, que acabamos por desconhecer completamente, nossos reais e mais profundos desejos. Quando nos propomos a conhecer o que realmente desejamos e esperamos da vida, passamos por um processo bem demorado e difícil, pois de tanto repetirmos o que é esperado, ou o que acreditamos que os outros gostariam de ouvir, nos esquecemos de quem realmente somos e o que desejamos de verdade. Esse problema é derivado de nossa cultura, pois, socialmente, espera-se que nós pensemos, em primeiro lugar, nos outros, antes do que em nós mesmos! Como fazer alguém feliz, quando não somos felizes? Pior, como fazer alguém feliz, se nós esperamos que ele nos faça felizes?

Amor-próprio é não se preocupar com as críticas e julgamentos alheios, é ter vontade e desejos próprios, ciente de que não agradaremos todo mundo, mas, infelizmente, o nosso sentimento de estarmos bem conosco mesmos, não nos basta! Quando temos medo de expressar nossos sentimentos mais verdadeiros, com a desculpa de sermos educados e adequados aos costumes vigentes, nos perdemos, pois de tanto concordar com tudo e com todos, nos afastamos do nosso verdadeiro Eu. Amor próprio é assumir o seu livre arbítrio, permitindo que os outros assumam os deles. Cada um tem a sua verdade, e quando vivemos baseados nas verdades alheias ao nosso coração, perdemos contato com a nossa verdade, com a nossa real essência.

As pessoas que tem dificuldade de se posicionar na vida, de dizerem "não" aos outros, acabam por cometer um deslize muito pior, que é a mentira. Nem sempre conseguimos atender a tudo que nos solicitam, logo começamos a mentir em pequenas coisas, do tipo, desculpe-me por eu não ir a sua festa, mas tenho que trabalhar a noite; desculpe-me por eu não poder ajudar em seu bazar beneficente, porque minha filha está doente; desculpe-me por eu não te acompanhar na palestra, porque estou doente; pedimos que digam, ao telefone, que não estamos em casa, quando estamos, e não queremos atender, para evitar falarmos algum assunto delicado, que não queremos enfrentar; dizemos que vamos fazer algo para alguém, que pode contar comigo, para depois dizer que não deu tempo, e ainda assim, adiamos o problema, dizendo que faremos no final de semana, sabendo que isso não é a verdade! E por aí vai, são tantas pequenas mentiras, que nos acostumamos a mentir, ficamos experientes nisso! Tanto, que acabamos de acreditar em muitas mentiras que falamos, de tanto que as falamos, e é por isso mesmo, que nos afastamos da nossa verdade...

A consequência dessas atitudes contrárias à nossa essência é terrível, pois ficamos negativistas. Passamos a reclamar do mundo, das pessoas e isso é muito desagradável, pensem comigo, quem gosta de quem vive reclamando de tudo? Pior que isso, atraímos situações ruins em nossa vida, pois pensamentos negativos atraem experiências negativas! Passamos a nos sentir vítimas, com pena de nós mesmos, quando na verdade, somos os únicos responsáveis pelo que nos acontece...

Comecem a se olhar com mais ternura e compreensão, ouçam o próprio coração! Percebam todas as qualidades que possuem, se apropriem delas, ao mesmo tempo em que também avaliem seus defeitos e busquem melhorá-los, um pouquinho a cada dia. A autoaceitação é excelente para se olhar a si mesmo, para se autoconhecer e se desenvolver o amor-próprio. Amor-próprio não quer dizer ficar convencido, pois o convencido se acha melhor do que os outros! Não somos melhores, nem piores do que ninguém. Cada um é cada um, único no Universo, com uma missão importante a ser efetivada, levando o tempo que levar. São escolhas, escolha o melhor para você, se ame, desenvolva o amo-próprio e você será muito mais feliz, contaminando, com sua felicidade, todos a sua volta! Pense nisso, busque a sua autoestima, desenvolva o amor-próprio, e depois estará pronto para amar ao próximo, e ser feliz!

Um comentário:

Unknown disse...

Maravilhoso seu texto! Muito obrigada