domingo, 28 de abril de 2013

Refletindo Sobre as Religiões


A origem da palavra Religião vem do latim "religare", que significa religação, portanto, podemos entender que religião é a religação entre o homem e Deus. Independente da origem, o termo religião é adotado para designar qualquer conjunto de crenças e valores que compõem a fé de determinada pessoa, ou um conjunto de pessoas. Cada religião inspira certas normas, motivando diferentes práticas ou rituais para se religarem a Deus.

Há muitos caminhos que nos levam até Jesus, por que criticamos as escolhas dos outros, quando o assunto é religião? É preciso respeitar a escolha da religião do seu próximo! Jesus não condenou ninguém, Ele disse: "Bem-aventurados os misericordiosos" e "Bem-aventurados os pobres de espírito". Onde está a misericórdia, quando atacamos a religião do outro? Quem se julga superior por acreditar que a sua crença é a única, revela-se orgulhoso e vaidoso, bem distante dos pobres de espíritos, que são os humildes. Jesus disse também: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", feliz do homem que segue o seu caminho, sem atrapalhar o livre arbítrio do outro, que escolheu um outro caminho, principalmente, porque este, a quem se critica, pode estar trilhando um caminho muito mais sublime e divino, do que se possa imaginar...

Qualquer seguidor real de Jesus fala a linguagem do amor, portanto não importa a religião que professe, mas sim, seus atos. Sempre falo aos meus amigos, que há muitos ateus mais próximos de Deus, do que muitos religiosos fanáticos! Digo isso, porque conheço muita gente que não acredita em Deus, mas respeitam o seu próximo, praticam a caridade, são afáveis, sinceros, simples, responsáveis, pacientes, justos, modestos, humildes e indulgentes, além de não serem falsos, não serem ingratos, nem materialistas, nem arrogantes ou vingativos, praticamente, verdadeiros discípulos de Jesus. O que faz um homem bom não é somente a sua fé, mas sim o seu caráter. Os ateus que assim agem têm fé, em si mesmos, e praticam o bem, melhor do que alguns religiosos, que dizem ter fé, mas vivem reclamando de tudo, como se duvidassem, que Deus está por trás de tudo, se sentindo injustiçados, quando sabem que nada acontece por acaso, pois em qualquer situação de sofrimento, há por trás uma necessidade de aprendizado, ou uma necessidade de consertar algum desequilíbrio no Universo, ocasionado por si próprio, não é mesmo? Alguns vivem culpando, acusando e criticando os outros, praticando a maledicência, enfim, mostrando-se orgulhosos por serem dessa ou daquela religião, que consideram a melhor, revelando desrespeito pelo livre arbítrio do outro, sem nenhuma humildade no coração, não é verdade?

A passagem de Mateus, Capítulo X, versículos 34 a 36 nos revela: "Não julgueis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora da sua sogra. E os inimigos do homem serão seus próprios domésticos." Quantos há que infernizam a vida de seus familiares que professam religiões diferentes? Exigem dos filhos, que adotem a mesma fé? Impedindo que frequentem o templo que mais se afinizam, ou até mesmo impedindo-os de praticarem a caridade, invadindo os limites daqueles que deveriam amar e respeitar.

Não devemos impor a nossa religião, nem mesmo aos nossos filhos, quando crianças! Eles são pequenos, mas também possuem seu livre arbítrio! Obrigá-los a seguir nossos passos, apenas os afastam de vocês, e de qualquer credo religioso. Hoje eles nos obedecem, por não terem forças para nos resistir, mas crescerão com raiva de religião, e quando crescidos se afastarão de tudo que diga respeito a Deus! Forçar os filhos a seguirem, essa ou aquela religião, não garante redenção, nem os afasta dos vícios, nem elimina a indiferença a Deus! Uma vida digna, vivida com fé e humildade, com ética e respeito para com todos, educa os filhos no caminho do bem! Ensinamos nossos filhos somente com nossos exemplos, aliás, isso é fato para qualquer processo de educação! "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" é um ditado popular, que reflete uma triste realidade, uma postura autoritária, de uma grande maioria de pais, mas que não garante uma boa educação aos filhos que amamos... A figura dos pais, intransigentes e repressores, é bem mais marcante para os filhos, do que a doce figura de Jesus. Quem quer educar tem que dar exemplo e muito amor! Tem que ser digno, humilde, sincero e ter fé! As crianças aprendem o que observam, seguem o modelo que lhes é apresentado, e são muito espertos, sabem quando os pais são sinceros ou não, coerentes ou não, mesmo bem pequenininhos, a percepção deles é muito boa! Portanto, cuidado com o que estão ensinando a seus filhos, porque o retorno poderá ser doloroso, ainda nessa vida! Hoje eles podem não acompanhá-lo, mas um dia, na hora do aperto, da dificuldade, do sofrimento, aos quais ninguém escapa, seu filho estará amparado por seu exemplo, por sua fé, e ele saberá aonde encontrar forças para superar qualquer situação complexa, seja procurando por você, em que ele confia e se sente amado, seja procurando por Deus!

Falando diretamente aos espíritas, que se sentem atacados por outras religiões, existem também, muitos espíritas, que também atacam outras escolhas de fé! Muitos vivem julgando os outros, enxergando obsessão em toda e qualquer situação, que se revele diferente daquilo que considera correto, será mesmo? Outros não podem ver alguém comendo carne, ou fumando, e já iniciam um sermão de doutrinação, isso está certo? Será isso um comportamento cristão, respeitoso, ou de puro julgamento, carregado de orgulho e vaidade? Qualquer religião imposta pela força, não é de Jesus! Pois Ele nunca usou a força, nem para se defender das imensas injustiças, que Lhe foram impostas! Por que nos sentimos melhores do que Ele, querendo impor nossas crenças aos outros? O livre arbítrio é para todos, não se esqueçam disso! E todos somos filhos do mesmo Pai! Os caminhos de aprendizagem são diversos, mas nem por isso, terão fins diferentes, ou seja, o Amor Incondicional, a Luz e a Paz no coração! Jesus jamais forçou alguém a segui-Lo, quem o fez, o fez por amor! Podemos reprimir atos, mas não crenças, essa é inacessível! O que transforma um homem não são as críticas ou sermões doutrinários, nem mesmo a violência! O que toca o coração do homem são os exemplos de vida, de atos de amor, de caridade, isto é, uma vida baseada na fé raciocinada e no bom senso!

Um dia, quando todas as religiões se respeitarem, perceberão que só há diferenças entre elas, nos rituais e nos dogmas, que se curvam perante o Amor Incondicional de Deus, que é Um só e a todos ama igualmente e incondicionalmente! Os dogmas normalmente são usados para garantir a submissão dos fiéis, e quase sempre, são baseados no medo e na culpa, perante um Deus bravo e punitivo, que é incoerente com a Bondade Divina! Dogmas prendem, não libertam! A verdadeira religião está em nosso coração e em nossa consciência. Uma boa religião desenvolve espíritos críticos, nos levando a compreender a perfeita harmonia do Universo! A boa religião nos religa a Deus, sem medos e culpas, e nela não existem privilégios, nem concessões, simplesmente, porque somos todos iguais perante Deus!

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