quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sexualidade Numa Visão Espiritualizada - Parte II


Como já abordado no texto anterior, o sexo é um atributo, não apenas respeitável, mas profundamente santo da natureza, exigindo educação e controle. Quando nos comprometemos com outra pessoa, através do sexo, importante sabermos que a nossa palavra empenhada gera vínculos no espírito, pois o sexo é manancial de criação divina e não pode ser responsabilizado pelos abusos daqueles que o desonram. Trocamos energias fluídicas com nosso parceiro sexual e as carregamos por muito tempo. Sim, misturamos cargas energéticas e por consequência inevitável, somos contaminados pelo carma pessoal de nosso par sexual. Delitos do afeto e do sexo fazem muitas vítimas e geram dor.

A Humanidade, através dos séculos, busca incessantemente, ser feliz, e nós estamos inclusos nesse quadro, isto é, todos nós queremos ser felizes! Porém, a vida se nos mostra tão cheia de atribulações e lutas diárias, nos tornando, por vezes, distantes da paz interior, que acabamos por nos sentirmos impotentes para atingirmos a plena felicidade tão almejada. Com esse sentimento de frustração crescente, a maioria de nós se rende aos prazeres carnais, como fonte única de alguma gratificação, ainda que passageira.

Todos conhecem a influência que a mídia exerce sobre as massas. Ela induz necessidades, que não possuímos. Assimilamos, por osmose, novos conceitos, novas crenças, sem o devido e necessário questionamento. Ela endeusa pessoas, da mesma forma que as aniquila. Acreditamos em suas "verdades", como se fossem nossas, caso não tenhamos o cuidado em exercitar uma análise criteriosa das informações recebidas. Essa expressiva influência, também exerce o seu poder sobre o tema: sexo. Através da TV, do rádio, de revistas e da internet, temos acesso aos mais diferentes tipos de informações, que nos influenciam, em alguns mais, em outros menos, diretamente em nossos desejos e crenças, e de uma maneira mais avassaladora, as crianças e aos jovens, pois que eles possuem um menor discernimento do que nós, adultos. Daí resultam muitos horrores, já conhecidos por todos nós, de atitudes violentas, até doenças psíquicas como a anorexia. De forma alguma, responsabilizo a mídia por tudo, pois que todos nós carregamos, em nosso interior, desequilíbrios emocionais adquiridos ao longo de diversas encarnações. Ressalto apenas a sua influência, que exacerba sentimentos desequilibrados, tais como a nossa carência de felicidade. O perigo está no hábito que se cria, do pensamento mecânico e rotineiro, sem uma análise crítica. Dentro dessa análise, reforço a ideia veiculada por esses meios de comunicação, da visão "moderna" da liberdade sexual, cada vez mais distante dos valores morais. Da preocupação, quase doentia, com a beleza exterior, sem o devido respeito para com o próprio corpo.

Essa avalanche de informação sexual e de cenas visuais sensuais e eróticas, está dentro de nossos lares, preenchendo o vazio interior dos solitários infelizes e frustrados, como a maioria de nós, quando se trata de amor e felicidade! Recebemos, quase que numa hipnose coletiva, estímulos sexuais, que vão ao encontro de nosso vazio interior, nos levando aos desequilíbrios energéticos, que só fazem nos afastar, cada vez mais, de nosso objetivo, ou seja, nos harmonizarmos e sermos felizes. A força dessas estimulações exteriores é tão imensa, que mesmo as pessoas mais envolvidas e preocupadas com as questões morais, em busca efetiva de sua evolução espiritual, se vêem contaminadas e influenciadas, necessitando um esforço descomunal de si próprias, para se manterem fiéis ao seus nobres objetivos. Cabe frisar, que no sexo, assim como em tudo o mais, somos responsáveis pelos sofrimentos que provocamos aos outros. Imaginem a responsabilidade que temos em relação aos filhos, pois quantos, além de não impor limites saudáveis no campo sexual, ainda estimulam a vaidade e o sensualismo em uma idade tenra, que só faz desequilibrar mais, um espírito ainda em fase de amadurecimento corporal e mental!

O sexo não deve ser visto como uma mera relação corporal, mas sim, como sublime manifestação de amor e troca de vibrações superiores, entretanto, para que assim seja, é necessário que se compreenda o amor como sentimento elevado e não simplesmente como o desejo, a libido ou o ato sexual. Portanto, sexo demanda amor, responsabilidade e comprometimento. O sexo é um mecanismo de troca, não só fluídica, energética, mas como uma concretização de uma relação profunda entre dois espíritos. A escolha de se fazer dessa relação algo positivo, duradouro, útil e bom, é do espírito que a vive, e de ninguém mais. Nem de longe, pretendo passar conceitos moralistas a respeito de sexo, até porque, o moralismo só trás culpa e remorso, que em nada ajudam no desenvolvimento espiritual, pelo contrário, só acaba com o amor próprio e a auto estima. Trago sim, a reflexão para se perceber a importância de se valorizar e se amar, sem preocupação exagerada com a aparência, baseada em padrões absurdos e distantes para a maioria de nós, e que, de forma alguma, garante a felicidade, pois se assim fosse, não existiriam pessoas lindas e carentes, jovens e frustrados, ricos e infelizes! Por outro lado, não devemos esquecer o amor ao próximo, respeitando-o, sem manipulações e seduções, as quais amargaremos as consequências, mais cedo ou mais tarde!

Em qualquer contato sexual, ainda que apenas em pensamentos direcionados ao outro, estabelece-se um circuito de forças entre as pessoas envolvidas. Quando alguém olha para outra pessoa, com sentimentos de desejos, ou imaginando a relação sexual em si com o outro, ou se insinuando sensualmente, atraindo o outro para a cobiça, estabelece-se um circuito de forças, onde um se alimenta das energias espirituais do outro. O corpo humano, além de sua bela anatomia, que atrai o outro para a realização do ato sexual, é dotado de elementos magnéticos irradiadores, com intensa força de impulsão. A simples intenção de atrair e chamar a atenção para si mesmo, estimula essa força de impulsão. São linhas tênues, sutis, energéticas, que como braços de um polvo, nos envolvem e nos amarram uns aos outros, atando ou libertando os espíritos, conforme o tipo de sentimento que se permita. Essas ligações se transferem de uma encarnação para outra. Como já citado anteriormente, em razão do prazer que o sexo proporciona, ele provoca viciações desprezíveis e de baixo teor energético, de explorações sórdidas, de crimes inimagináveis. Infelizmente, ele é utilizado para fins comerciais, como marketing de alguns produtos a serem adquiridos e consumidos, o sexo também é utilizado para fins de promoção social, como um casamento de interesse ou visando uma promoção no trabalho. O sexo é utilizado nos meios artísticos e culturais para atrair um maior número de expectadores. Tudo isso com graves e imprevisíveis consequências.

O sexo foi muito reprimido, por séculos, por preconceitos religiosos, e sua liberação era inevitável, porém, foi corrompido em sua mais pura razão de existir, exaurindo vidas, que na ânsia da obtenção da pseudo felicidade através do gozo momentâneo, transformaram o sexo em fator essencial de sua existência, sem controle e responsabilidade, exatamente como um passarinho, nascido em uma gaiola, preso a vida inteira, age ao ser libertado... Todos sabem que ele não sobreviverá por muito tempo, por não saber lidar com a sua liberdade, tão almejada, e que esta lhe será fatal. Assim é o homem em relação ao sexo, após séculos de repressão... É preciso conduzirmos nossa vida sexual com responsabilidade, com amor, só assim ele nos trará alegria e felicidade, harmonizando e produzindo beleza, ao lado das criações que proporciona!

Não queira a sua felicidade ao preço do alheio infortúnio, porque todo desequilíbrio da afeição desvairada será corrigida, à custa da afeição torturada, através da reencarnação. Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa. Mais ainda, eduque seus filhos à prática do sexo com responsabilidade e amor, com disciplina e não com proibições absurdas, que todos sabemos serem inócuas, porque o sexo é inerente a condição da maioria dos encarnados, o sexo faz parte da vida e é sublime. Precisamos sim, ensinar a fazer sexo com amor, com dignidade, com respeito ao próximo e a si mesmo! A utilização do sexo é de responsabilidade de cada um, e assim como todos os outros aprendizados, cada um aprenderá da sua maneira, por quantas encarnações forem necessárias, até o desenvolvimento de sua consciência em canalizar suas energias sexuais a propósitos mais elevados, e enquanto isso não ocorrer, ele viverá as frustrações, consequentes do desrespeito a si mesmo ou aos outros.

Não há nada mais maravilhoso e sublime do que a junção de dois corpos, cuja união esteja repleta de amor! Eis uma das chaves para a felicidade tão desejada. Para isso é preciso se amar e se respeitar, assim como ao parceiro, mantendo-se fiel e coerente com as promessas verbalizadas, sendo claro e não ambíguo, em suas reais intenções.

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