sexta-feira, 9 de novembro de 2007

OS ORIXÁS OU “DEUSES” VENERADOS NA CONCEPÇÃO DOS NAGÔS - Parte IV


O nhengatu, o idioma sagrado dos tpy-nambá, dos tupt-guarany, revela claramente, em sua morfologia, em seus fonemas, no seu estilo metafórico, ter sido uma língua raiz, polida, trabalhada através dos milênios. Foi tão bem trabalhada essa língua polissilábica, que se presta às mais elevadas variações ou interpretações poéticas. Dela derivam diversos idiomas, também considerados antiguíssimos.

Os tupy-nambá, os tupy-guarany eram, sobretudo, um povo monoteísta. Acreditavam e adoravam a um Deus Supremo sobre todas as coisas, a quem chamavam com muita veneração de TUPAN.

Tupan ou Tupã – de tu, que significa ruído, estrondo, barulho e pan, que significa ou exprime o som, o estrondo, o ruído feito por alguém que bate, que trabalha, que malha.

Tupan era, portanto, o Supremo Manipulador, isto é, Aquele que manipula a natureza ou os elementos. É o Divino Ferreiro que bate incessantemente na bigorna cósmica. Era considerado, sem dúvida alguma, o Supremo Poder Criador.

Verneravam a Guaracy, Yacy e Rudá (ou Perudá), como a tríplice manifestação do poder de Tupan. Eram atributos externos.

Guaracy, o SOL, de guará, vivente, e cy, mãe. Davam essa dupla interpretação: Pai e Mãe dos viventes, no sentido correto de que o Sol era e é o princípio vital, que animava todas as coisas da natureza, o mesmo que a luz que criava a vida animal, etc. Guaracy era, sem dúvida, a representação visível, física, do Poder Criador, que através dele, criava nos elementos da própria natureza, as coisas, os seres, etc. Enfim, era o elemento ígneo, o pai da natureza.

Por isso, diziam dele, Guaracy, saía tatauy, as flechas de fogo de Tupan, os raios do céu que se transformavam em tupacynynga, o trovão. Por causa disso é que certos interpretadores ligeiros deram Tupan como sendo puramente os deus do trovão.

Yacy, a Lua, de ya, planta e cy, mãe ou progenitora: era a mãe dos Vegetais ou ainda a mãe natura.

Rudá ou Perudá, o deus ou divindade que presidia ao Amor, à reprodução. Rudá era evocado pelas cunhas (mulheres, em suas saudades, em seus amores, pelos guerreiros ausentes, para que eles só tivessem pensamentos e coração para recordá-las.

E para reafirmar esse tríplice conceito teogônico, os payé (sacerdotes) ensinavam mais que, Guaracy representava o Eterno Masculino, o princípio vital positivo quente de todas as coisas. E Rudá era o intermediário, isto é, o amor que unia os dois princípios na criação da natureza.

O Payé era justamente o mago mais elevado, dentro da tribo. Conhecia a magia a fundo, praticava a sugestão, o magnetismo, o hipnotismo e, sobretudo, era um mestre no uso de mantras. O Karayba não tinha a categoria de um Payé, era tratado mais como um feiticeiro, isto é, aquele que se dava a práticas de fundo negro. Posteriormente, confundiram um com o outro.

Autores respeitáveis que estudaram a antiguidade do Brasil – Lund, Ameghino, Pedberg, Gerber, Hartt, H. Girgois, Alfredo Brandão, Domingos Magarinos. Através dessa literatura, científica, histórica, se comprova que a primeira região a emergir do pélago universal, das águas oceânicas, foi o Brasil. O homem surgiu na era terciária, e não na era quaternária, como é do ensino clássico, aqui no Brasil. A escrita mais antiga de toda a Humanidade tem sua origem na primeira raça que surgiu na primeira região do planeta Terra, que adquiriu as condições climatéricas para isso, o Brasil, isto é, o seu Planalto Central.

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