domingo, 13 de janeiro de 2013

Julgamentos


Jesus disse: "Não julgueis, pois com a medida que julgardes, também será julgado..."

O julgamento é um ato insano, não somente pelas consequências apontadas por Jesus, mas por razões racionais... Pensem comigo, nossas percepções dos fatos são sempre influenciadas por nossos valores, nossa história pessoal, nossas avaliações baseadas naquilo que podemos ver ou nas informações que recebemos de terceiros, também estas, permeadas pelas mesmas influências a que estamos submetidos. Tudo isso pode influenciar negativamente nossa percepção, fazendo com que julguemos erroneamente.

Partindo do pressuposto que tudo seja analisado de forma equilibrada e verdadeira, sem influências negativas, podemos assim ter certeza absoluta, que estamos fazendo avaliações justas, acreditando que temos total conhecimento do todo? O que quero dizer é que, apenas envolvidos diretamente na situação, podemos conhecer todas as causas diretas e indiretas que nos levaram a agir do modo como agimos, e mesmo assim, podemos ter nos equivocado, ou estarmos em desequilíbrio emocional, distorcendo fatos aparentemente evidentes, pois como somos humanos, somos falhos em nossas avaliações, e isso não é demérito, estamos em processo de aprendizado constante, e o que acreditamos ser verdade absoluta hoje, amanhã podemos nos surpreender por fatos novos, que alterem a nossa opinião, não é mesmo? A História está cheia de verdades, que desmoronaram com a evolução da ciência, vocês concordam?

Após essas reflexões, estamos seguros em fazer qualquer julgamento justo? Com certeza não, pois há muitas variáveis que alteram a nossa avaliação, nos fazendo correr o risco de sermos muito injustos com os outros. Só isso já bastaria para evitarmos quaisquer julgamentos. Mas a minha análise não para aí...

Vamos supor uma situação em que, por diversas razões, nos envolvemos totalmente a ponto de termos condições plenas para avaliar as ações de uma pessoa. Ainda assim, pergunto: temos condições de julgar honestamente? Será que no lugar dela, faríamos diferente? Ou até pior? Sim, porque só temos condições de imaginar o que faríamos, pois na verdade, só saberemos qual a nossa reação, frente a uma determinada situação, quando a vivermos, como por exemplo um assalto, podemos dizer que a pessoa não deveria ter reagido, ou dito o que disse, e que faríamos o melhor para a situação, mas na verdade, só saberemos a nossa reação ao vivermos um assalto, vocês concordam?

Bom, partindo do pressuposto que vocês concordam e que estão acompanhando o meu raciocínio, peço que imaginem que vocês observaram uma pessoa tomar uma decisão na vida, bastante equivocada, e que estamos sendo justos em nossa análise, e o inevitável aconteça, ou seja, a pessoa sofra as consequências de seu ato errado, exatamente como prevíramos. Eu pergunto: devemos julgá-la ou ajudá-la? Qual é a melhor decisão? Nem preciso dizer, que se for um filho, vamos abraçá-lo, apoiá-lo e ajudá-lo em tudo o que pudermos, sem perdermos tempo em julgá-lo, concordam? Pois essa é a atitude que devemos assumir sempre que observamos o sofrimento de um amigo, e não verbalizar, que ele está pagando o que mereceu...

Quem somos nós para julgarmos? Nunca erramos? Com certeza erramos e vamos errar mais, pois só assim aprendemos, e com certeza, vamos desejar um ombro amigo na hora do sofrimento e não um juiz tirano...

Lembrem-se disso, pois podemos ser o instrumento de ajuda, que Deus enviou para um sofredor e que todos nós somos devedores, e na hora em que tivermos de responder pelos nossos erros, também vamos desejar uma mão amiga e não um juiz nos cobrando de nossas faltas...

Por tudo isso, penso que não devemos julgar ninguém e sim, buscarmos sempre de qual forma podemos suavizar os sofrimentos alheios!

Fiquem em paz!

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